terça-feira, 26 de abril de 2011

O Caboclo na Umbanda e no Candomblé de Angola

No Brasil, o termo caboclo, inicialmente, designava o elemento oriundo do cruzamento de índio com europeu. Modernamente, o termo tomou outra abrangência, e passou a designar, de um certo modo, toda e qualquer realização brasileira, passando a ser um adjetivo de brasilidade. Em algumas regiões, e a nível popular, caboclo significa o homem do campo, analfabeto, atrasado, ignorante. Os imigrantes, italianos, ou alemães, na região Sul, usam o termo caboclo no sentido pejorativo, como definidor do caráter brasileiro, de acomodação, pobreza e preguiça.
É na Umbanda e no Candomblé de rito Angola (complexo Jeje-nagô) que vamos encontrar a figura do Caboclo, com o sentido de elemento genuinamente brasileiro, uma entidade com larga penetração nas massa populares, desempenhando o papel de conselheiro espiritual, além de curador e auxiliador nos problemas do cotidiano.
Há duas espécies principais de Caboclos. O Caboclo de Pena, que se apresenta com nomes indígenas e paramenta-se como tal, e há os Caboclos boiadeiros, que se apresentam como antigos vaqueiros do sertão, tangedores de gado, valentes e bravios, vestidos de roupas de couro, botas, chapéus de abas largas.
A sociedade brasileira, dada sua formação étnica, tem o índio como um dos elementos basilares e tem, ideologicamente, convivido mal com essa herança. Como outros países colonizados, o Brasil também encontra muitas dificuldades em conviver com sua própria identidade mestiça, sendo o ideal de cultura para o brasileiro médio de todos os tempos a aproximação com os países metropolitanos, no intuito de abeberar-se inteiramente da cultura desses povos, considerados mais civilizados, mais puros etnicamente, e conseqüentemente mais preparados para enfrentar o futuro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário