quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Azeite de Dendê

Depois do artigo publicado sobre o azeite de oliva muitas pessoas me escreveram perguntando também sobre o azeite de dendê. Para estender as explicações e o conhecimento a todos, resolvi colocar hoje este artigo. Tomara que gostem e que ele complete os estudos e o entendimento de cada um.
Produzido a partir do fruto da palmeira conhecida como dendezeiro é originário da Costa Ocidental da África, mais precisamente do Golfo da Guiné, sendo encontrado desde Senegal até Angola. O dendezeiro é conhecido  também como palmeira de óleo africana, aavora, palma de guiné, palmeira dendém, coqueiro de dendê e demdem (em Angola). Chega a 15 m de altura, seus frutos são de cor alaranjada e a semente ocupa totalmente o fruto.
As primeiras sementes de dendezeiro foram trazidas para o Brasil há mais de 3 séculos pelos escravos africanos e se adaptaram bem ao clima tropical. Câmara Cascudo afirma que “como era costume na África, rara seria a iguaria negra sem a participação do azeite de dendê”,  assim, juntamente com outras iguarias importantes como as bananas, os quiabos, os inhames, o coco e as especiarias como a erva doce, o gergelim e algumas pimentas, veio o dendê, tornando-se indispensável na culinária afro-brasileira.
O óleo de dendê é fonte natural de vitamina E e é riquíssimo em vitamina A. Tem 21 vezes mais vitamina A que a laranja, 400 vezes mais que o tomate e 14 vezes mais que a cenoura, por isso é tão vermelho. Quando o azeite é aquecido a vitamina A é destruída e o óleo fica branco. O rendimento do dendê é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco. Faz muito bem à saúde, afirmam os especialistas. Da amêndoa de seu fruto se extrai um óleo usado em cosmética, na fabricação de chocolate substituindo a manteiga de cacau e ainda é utilizado na indústria de maioneses e margarinas.
No Candomblé a palmeira de dendê é uma árvore Sagrada, seu óleo é muito utilizado nas Comidas de Orixás e o coquinho é usado em um dos Oráculos de Ifá.
Na Umbanda representa a SABEDORIA ANCESTRAL trazida pelos negros da África. Representa FORÇA, ENERGIA , VIDA , SABOR e FEITIÇO. O azeite dendê  tem a característica de “erva quente”, ou seja, tem energia agressiva , ativa e quando aquecido torna-se mais agitado, portanto precisa ser usado com critério.
Utilizamos o óleo de dendê nas oferendas, principalmente para a Esquerda, com a função de desagregar qualquer tipo de carga ou energia negativa. Com os coquinhos de dendê pode-se fazer guias que, após serem imantadas e consagradas pelos baianos, boiadeiros e até pelos caboclos, se tornarão fantásticos instrumentos de trabalho e de proteção, pois são símbolos da Sabedoria trazida dos negros africanos.

Guias

Guias

     As guias são materiais de trabalho para as entidades, de defesa para os médiuns. Dependendo do material com que é feita, por si mesma contém sua força natural.
     As guias não são para serem usadas indiscriminadamente. O uso da guia é aconselhado pela entidade responsável pelo terreiro ou pela entidade que estiver dando consulta. Nenhum médium deve usa-la só porque a acha bonita ou porque gosta.
     Ao recomendar o uso da guia, a entidade diz qual o material que deve ser trabalhado, combinando-o com a vibração do médium.
     A guia deve ser feita com 123 (cento vinte e três) peças, para ficar com o número base da umbanda que é o número sete.
     A conta número um (1), vai ser a primeira conta que representará toda a intenção guia. Somando esse número com a soma dos números 1, 2 e 3 chegamos ao número sete.
     As guias devem ser feitas, preferentemente, pelo próprio médium que a irá usar. Depois de pronta deverá passar por um pequeno ritual de imantação com a energia do médium.
     O médium que vai trabalhar com essa guia deverá ficar sete dias seguidos sem a tirar. Essas guias deverão ser levadas na cachoeira, no rio, no mar, ou nas pedreiras pois são centros de muita energia.
As energias dos locais em que foram deitadas as guias imantarão as suas forças e servirão de elo de ligação entre entidade e médium que a irá usar.
     As guias feitas de miçangas plásticas não são de nenhum valor mágico, nem imantáveis, porque são de material isolante. São ornamentos usados nos terreiros de umbanda, somente para trazer espíritos que ainda se prendem a esses materiais.
     O cristal verdadeiro, pouco usado, por ser caro, é o melhor para as guias.
     As guias mais imantáveis e produtivas são as de contas naturais – caroços, galhos, coquinhos de vários tipos -  porque são de elementos da natureza cheios de energia e altamente imantáveis.
     As guias por estarem impregnadas com a energia do médium que as vão usar, deverão ser guardados envoltas em um lenço branco ou envoltório branco.
A guia bem elaborada é um escudo e uma defesa para quem a usa.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Ciganos na Umbanda

Muito se ouve falar que a linha de Cigano faz parte da Linha de Exu, que os Ciganos são entidades ainda em evolução tentando ingressar na Linha de Exu, que Pomba Gira Cigana ou Ciganinha foram as únicas Entidades Ciganas que evoluíram e ingressaram na Linha de Exu.
 Essa falta de entendimento que é na realidade uma simples dedução, faz com que muitos terreiros não deixem os médiuns trabalharem com essa linha. Chegam a dizer que são entidades sem luz.
 Vim tentar explicar um pouco como trabalha e como é a Linha de Ciganos.
 Os Ciganos são Entidades "livres". Não se faz "firmezas" ou "assentamentos" para Ciganos dentro da "casa de Exu" ou em qualquer lugar do terreiro. Quem diz que tem seu Cigano "preso" no Terreiro não passa de um mentiroso, ele tem é obsessor "preso."

Onde já se viu firmar Cigano como Guardião?
Cigano trabalha em todos os "lugares", são livres para trabalhar e precisam dessa liberdade para sua evolução, pois é dando corda que se enforca uma pessoa. E assim também se faz com desencarnado.
Não estou dizendo que não possa ter elementos de Ciganos dentro do Terreiro, até porque muitos médiuns precisam de um ponto de fixação para poder entrar em sintonia com seus guias.
Os Ciganos não trabalham a serviço de um Orixá específico por isso não são guardiões de um terreiro. Essa linha trabalha em paralelo e conjugada com as demais, onde o seu compromisso primeiro é com a caridade e não com nenhuma outra linha específica. Os Ciganos são protetores e não guardiões. Podem trabalhar dentro da linha de Exu porém sem função de chefia e de guarda. Já os Exus Ciganos e Pomba Giras Ciganas são exus e pombo giras como outros quaisquer exercendo todas as funções que qualquer exu e pombo gira exercem. Em resumo: cigano é uma coisa, exu cigano é outra. Eles têm funções diferentes, embora a mesma origem cigana.
Os Ciganos se manifestam nos terreiros de Umbanda, justamente por Ela ser uma religião aberta e dar liberdade para qualquer linha de trabalho que venha fazer Caridade.
Por serem muito alegres,  os médiuns começaram a se fascinar, e ter excesso de culto por essa Linha. Aí começaram as vaidades, as roupas enfeitadas, bebidas, fumos, danças, firmezas, assentamentos, jogos em casa ou até mesmo no terreiro, e assim, infelizmente, muitos espíritos que ainda estavam em "desenvolvimento" para ingressar nessa Linha se perderam junto com os médiuns, e hoje podemos ver os absurdos que são feitos usando o nome de entidades de luz.
O mundo está cheio de charlatão, o pior, é que as pessoas na hora do desespero pagam o que for necessário para saber como anda sua vida, como anda seu marido, como anda seu trabalho e coisas desse tipo.
Não se pode pagar pelas graças recebidas, pois tudo o que fazemos é apenas mexer com a fé e a determinação de cada um e mostrar que todos são capazes de conseguir o que querem, claro, dentro do merecimento de cada um.
Basta saber que um pedacinho de papel, metal ou outro elemento foi irradiado por uma entidade, que vocês usam isso como um talismã e lembram de agradecer e acabam entrando em sintonia com Espíritos de Luz, a assim lembram de suas metas e lutam por elas.

Os Ciganos trabalham com os quatro elementos da natureza: terra, água, ar e fogo.

O Elemento Terra
Eles distinguem cada pedra e têm o conhecimento sobre elas, e assim manipulam o elemento terra. Cada pedra tem um porque de ser usada e uma necessidade. Quando é pedido para que passem a pedra em alguma parte do seu corpo ou para que a segurem, vocês estão se descarregando ou até mesmo se energizando, depende do trabalho que está sendo realizado. É na terra que se encontra firmeza para enfrentar a vida, resgatar karma e continuar o caminhar.

O Elemento Água
Podem utilizar copos ou taças com água. Através da água conseguem ver se não há maldade no que esta sendo pedido. Enxergam se há pureza no coração de cada um, pois a água serve de espelho, espelho esse que reflete o que tem dentro de cada um de vocês.

Conseguem ver com clareza o que foi feito por cada um e o por que de estarem colhendo o que não querem colher.

Os Elementos Ar e Fogo

Podem utilizar o cigarro e com ele estar manipulando dois elementos, o ar e o fogo. O fogo muitas vezes é usado para queimar invejas, miasmas, larvas e cascões astrais.
A fumaça quando é direcionada ao consulente serve para envolvê-lo numa cortina para que naquele momento os obsessores sejam confundidos e tenham a visão obnubilada e fiquem desorientados, procurando o consulente. Assim torna-se mais fácil ao sistema de defesa da Casa (através dos guardiões) resgatá-los e afastá-los.
Nem sempre esses elementos são usados de uma só vez, e quero deixar bem claro que não precisamos diretamente dos mesmos, podemos plasmá-los perfeitamente usando o ectoplasma do médium.
Para um Cigano poder trabalhar em prol da caridade não é necessário um baralho, uma taça de vinho, ou qualquer outro elemento. Isso é mito. Eles podem usar e usam elementos da natureza em alguns trabalhos, entretanto, quando estão incorporados nos médiuns, a energia de trabalho e o próprio corpo do médium limitam a visão e o campo de ação da entidade.

Querem saber como trabalham e como são?
Muitas histórias são contadas, muitas histórias são ouvidas, mas nem tudo que é falado é verdade.
Vão para o terreiro, entrem em sintonia “com o plano espiritual”, limpem-se de suas próprias línguas e trabalhem em prol da caridade. Ajudem no que for preciso e busquem andar corretamente, quem sabe um dia vocês obtenham alguma resposta?
Lembrem sempre, que todas as entidades são iguais, trabalham juntas em um único objetivo, a Caridade.
Por que vocês encarnados querem ser melhores do que os outros, querem trabalhar sozinhos e levar vantagens com isso?
Existe uma palavrinha mágica que se chama humildade, e muitos de vocês estão esquecendo-se de abaixar a cabeça na hora e no momento certo e pedir perdão por ter se achado o dono da verdade.
Parem e pensem: a árvore para dar frutos e sombra precisa da água para germinar a terra, da terra para poder se fixar, ter um porto seguro e poder ter vida, do vento para espalhar suas sementes e assim formar uma mata, do calor do sol para o crescimento das sementes.

Agora vou mostrar como isso funciona dentro de um terreiro de Umbanda.
O médium precisa de um(a) dirigente espiritual para ajudá-lo a se desenvolver, do terreiro como um porto seguro para incorporar as entidades, de estar harmonizado com o alto para expandir a caridade, de estar equilibrado para doar energia e poder ajudar uma pessoa necessitada.
Estou falando de pessoas sérias e não de charlatães, então não sejam prepotentes, achando que sozinhos fazem Umbanda, pois por mais bem intencionados que estejam hoje, amanhã irão certamente transformarem-se em um, se deixarem-se envolver pela vaidade e prepotência de trabalharem sozinhos!
Entenderam porque não podem inventar altares, montar em suas casas, “mesinhas” para jogar baralhos, rúnas ou o que for, em nome do povo cigano? Se não, pergunto ainda:
Para onde vão as cargas, os miasmas, as larvas e cascões astrais retirados dos seus consulentes? Para o ralo do seu banheiro? Se as entidades não trabalham sozinhos, porque vocês insistem em trabalhar sozinhos? Querem ser “chefes de terreiro”? Vaidade, prepotência ou ignorância?
Não tenham excesso de culto por nenhuma entidade, isso prejudica vocês mesmos e a nós, gerando fascinação de ambos os lados, pois vocês ficam tão viciados por oferendas que só nos escutam se estiverem oferendando alguma coisa, aí para sermos escutados começamos a pedir oferendas. Assim ambos nos perdemos.
Tudo em excesso pode ser destruidor.
Se há amor em excesso, há ciúmes e possessão,
Se há ódio, há morte,
Se há fascinação, há vaidade,
Se há alegria em excesso, há inveja,
Se há tristeza em excesso, há depressão,
Se há culto em excesso, há fanatismo.
É preciso que tudo na vida esteja bem equilibrado, e o equilíbrio tem um nome que se chama Umbanda. Umbanda é a paz interior, é fazer caridade ao desconhecido, é o amor pela vida e pelo o próximo. Umbanda é luz, vida e amor.

Pomba Gira Cigana da Estrada

Médium: Elizabeth Caetano Drumond

Psicografado em 08/08/2008


Quem São as Entidades de Boiadeiros


São espíritos de pessoas, que em vida trabalharam com o gado, em fazendas por todo o Brasil, estas entidades trabalham da mesma forma que os Caboclos nas sessões de Umbanda. Usam de canções antigas, que expressam o trabalho com o gado e a vida simples das fazendas, nos ensinando a força que o trabalho tem e passando, como ensinamento, que o principal elemento da sua magia é a força de vontade, fazendo assim que consigamos uma vida melhor e farta. Nos seus trabalhos usam de velas, pontos riscados e rezas fortes para todos os fins. O Caboclo Boiadeiro traz o seu sangue quente do sertão, e o cheiro de carne queimada pelo sol das grandes caminhadas sempre tocando seu berrante para guiar o seu gado. Normalmente, eles fazem duas festas por ano, uma no inicio e outra no meio do ano. Eles são logo reconhecidos pela forma diferente de dançar, tem uma coreografia intricada de passos rápidos e ágeis, que mais parece um dançarino mímico, lidando bravamente com os bois.
Seu dia é quinta feira, gosta de bebida forte como por exemplo cachaça com mel de abelha, que eles chamam de meladinha, mas também bebem vinho. Fumam cigarro, cigarro de palha e charutos. Seu prato preferido é carne de boi com feijão tropeiro, feito com feijão de corda ou feijão cavalo. Boiadeiro também gosta muito de abóbora com farofa de torresmo. Em oferendas é sempre bom colocar um pedaço de fumo de rolo e cigarro de palha. No Terreiro os Boiadeiros vêm “descendo em seus aparelhos” como estivessem laçando seu gado, dançando, bradando, enfim, criando seu ambiente de trabalho e vibração. Com seus chicotes e laços vão quebrando as energias negativas e descarregando os médiuns, o terreiro e as pessoas da assistência. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo as portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, assim como os Exus. Alguns usam chapéus de boiadeiro, laços, jalecos de couro, calças de bombachas, e tem alguns, que até tocam berrantes em seus trabalhos. Nomes de alguns boiadeiros: Boiadeiro da Jurema, Boiadeiro do Lajedo, Boiadeiro do Rio, Carreiro, Boiadeiro do Ingá, Boiadeiro Navizala, Boiadeiro de Imbaúba, João Boiadeiro, Boiadeiro Chapéu de Couro, Boiadeiro Juremá, Zé Mineiro, Boiadeiro do Chapadão, etc … Sua saudação: Getruá Boiadeiro, Xetro Marrumbaxêtro
Os Boiadeiros são entidades que representam a natureza desbravadora, romântica, simples e persistente do homem do sertão, “o caboclo sertanejo”. São os Vaqueiros, Boiadeiros, Laçadores, Peões, Tocadores de Viola. O mestiço Brasileiro, filho de branco com índio, índio com negro e assim vai. Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé. Ao amanhecer o dia, o Boiadeiro arrumava seu cavalo e levava seu gado para o pasto, somente voltava com o cair da tarde, trazendo o gado de volta para o curral. Nas caminhadas tocava seu berrante e sua viola cantando sempre uma modinha para sua amada, que ficava na janela do sobrado, pois os grandes donos das fazendas não permitiam a mistura de empregados com a patroa. É tal e qual se poderia presenciar do homem rude do campo. Durante o dia debaixo do calor intenso do sol ele segue, tocando a boiada, marcando seu gados e território. À noite ao voltar para casa, o churrasco com os amigos e a família, um bom papo, ponteado por um gole de aguardente e um bom palheiro, e nas festas muita alegria, nas danças e comemorações. Sofreram preconceitos, como os “sem raça”, sem definição de sua origem. Ganhando a terra do sertão com seu trabalho e luta, mas respeitando a natureza e aprendendo, um pouco com o índio: suas ervas, plantas e curas; e um pouco do negro: seus Orixás, mirongas e feitiços; e um pouco do branco: sua religião (posteriormente misturada com a do índio e a do negro) e sua língua, entre outras coisas.
Dá mesma maneira que os Pretos-Velhos representam a humildade, os Boiadeiros representam a força de vontade, a liberdade e a determinação que existe no homem do campo e a sua necessidade de conviver com a natureza e os animais, sempre de maneira simples, mas com uma força e fé muito grande. O caboclo boiadeiro está ligado com a imagem do peão boiadeiro – habilidoso, valente e de muita força física. Vem sempre gritando e agitando os braços como se possuísse na mão, um laço laço para laçar um novilho. Sua dança simboliza o peão sobre o cavalo a andar nas pastagens. Enquanto os “caboclos índios” são quase sempre sisudos e de poucas palavras, é possível encontrar alguns boiadeiros sorridentes e conversadores. Os Boiadeiros vêm dentro da linha de Oxossi. Mas também são regidos por Iansã, tendo recebido da mesma a autoridade de conduzir os eguns da mesma forma que conduziam sua boiada quando encarnados. Levam cada boi (espírito) para seu destino, e trazem os bois que se desgarram (obsessores, quiumbas, etc.) de volta ao caminho do resto da boiada (o caminho do bem).
Sobre Nossos Caboclos Boiadeiros
Os Caboclos são entidades fortes, viris. Alguns têm algumas dificuldades de se expressar em nossa língua, sendo normalmente auxiliados pelos cambonos. São sérios, mas gostam de festas e fartura. Gostam de música, cantam toadas que falam em seus bois e suas andanças por essas terras de meu Deus. Os Boiadeiros também são conhecidos como “Encantados”,pois segundo algumas lendas, eles não teriam morrido para se espiritualizarem, mas sim se encantados e transformados em entidades especiais. Os Boiadeiros também apresentam bastante diversidade de manifestações. Boiadeiro menino, Boiadeiro da Campina, Boiadeiro Bugre e muitos outros tipos de Boiadeiros, sendo que alguns até trabalham muito próximos aos Exus. Suas cantigas normalmente são muito alegres, tocadas num ritmo gostoso e vibrante. São grandes trabalhadores, e defendem a todos das influências negativas com muita garra e força espiritual. Possuem enorme poder espiritual e grande autoridade sobre os espíritos menos evoluídos, sendo tais espíritos subjugados por eles com muita facilidade. Sabem que a prática da caridade os levará a evolução, trabalham incorporados na Umbanda, Quimbanda e Candomblé. Fazem parte da linha de caboclos, mais na verdade são bem diferentes em suas funções. Formam uma linha mais recente de espíritos, pois já viveram mais com a modernidade do que os caboclos, que foram povos primitivos. Esses espíritos já conviveram em sua ultima encarnação com a invenção da roda, do ferro, das armas de fogo e com a prática dada magia na terra. Saber que boiadeiros conheceram e utilizaram essas invenções nos ajuda muito para diferenciarmos dos caboclos. São rudes nas suas incorporações, com gestos velozes e pouco harmoniosos. Sua maior finalidade não é a consulta como os Pretos-velhos, nem os passes e muito menos as receitas de remédios como os caboclos, e sim o “dispersar de energia” aderida a corpos, paredes e objetos. É de extrema importância essa função pois enquanto os outros guias podem se preocupar com o teor das consultas e dos passes, existe essa linha “sempre” atenta a qualquer alteração de energia local (entrada de espíritos). Quando bradam altoe rápido, com tom de ordem, estão na verdade ordenando a espíritos que entraram no local a se retirar, assim “limpam” o ambiente para que a prática da caridade continue sem alterações. Esses espíritos atendem aos boiadeiros pela demonstração de coragem que os mesmos lhes passam e são levados por eles para locais próprios de doutrina. Em grande parte, o trabalho dos Boiadeiros ”e no descarrego e no preparo dos médiuns. Os fortalecendo dentro da mediunidade, abrindo a portas para a entrada dos outros guias e tornando-se grandes protetores, como os Exus. Outra grande função de um boiadeiro é manter a disciplina das pessoas dentro de um terreiro, sejam elas médiuns da casa ou consulentes. Costumam proteger demais seus médiuns nas situações perigosas. São verdadeiros conselheiros e castigam quem prejudica um médium que ele goste. “Gostar” para um boiadeiro, é ver no seu médium coragem, lealdade e honestidade, aí sim é considerado por ele “filho”. Pois ser filho de boiadeiro não é só tê-lo na coroa. Trabalham também para Orixás, mais mesmo assim, não mudam sua finalidade de trabalho e são muito parecidos na sua forma de incorporar e falar, ou seja, um boiadeiro que trabalhe para Ogum é praticamente igual a um que trabalhe para Xangô, apenas cumprem ordens de Orixás diferentes, não absorvendo no entanto as características deles. Dentro dessa linha a diversidade encontra-se na idade dos boiadeiros. Existem boiadeiros mais velhos, outros mais novos, e costumam dizer que pertencem a locais diferentes, como regiões, por exemplo: Nordeste, Sul, Centro-Oeste, etc… Os Boiadeiros representam a própria essência da miscigenação do povo brasileiro: nossos costumes, crendices, superstições e fé.
FONTE:http://www.assemacuritiba.com

Lenda da Iara

Também conhecida como a “mãe das águas”, Iara é a personagem do folclore brasileiro. De acordo com a lenda, de origem indígena, Iara é uma sereia (corpo de mulher da cintura para cima e de peixe da cintura para baixo) morena de cabelos negros e olhos castanhos.
A lenda conta que a linda sereia fica nos rios do norte do país, onde costuma viver. Nas pedras das encostas, costuma atrair os homens com seu belo e irresistível canto. As vítimas costumam seguir Iara até o fundo dos rios, local de onde nunca mais voltam. Os poucos que conseguem voltar acabam ficando loucos em função dos encantamentos da sereia. Neste caso, conta a lenda, somente um ritual realizado por um pajé (chefe religioso indígena, curandeiro) pode livrar o homem do feitiço.

Origem da personagem

Contam os índios da região amazônica que Iara era uma excelente índia guerreira. Os irmãos tinham ciúmes dela, pois o pai a elogiava muito. Certo dia, os irmãos resolveram matar Iara. Porém, ela ouviu o plano e resolveu matar os irmãos, como forma de defesa. Após ter feito isso, Iara fugiu para as matas. Porém, o pai a perseguiu e conseguiu capturá-la. Como punição, Iara foi jogada no rio Solimões (região amazônica). Os peixes que ali estavam a salvaram e, como era noite de lua cheia, ela foi transformada numa linda sereia.

Curiosidade:

- A palavra Iara é de origem indígena. Yara significa “aquela que mora na água”.

Conhecendo seu Guia na Umbanda

É muito comum no inicio das incorporações, quando a gente está ansioso, com medo , curioso e inseguro para saber quem são nossas entidades, como trabalharam, nomes, etc… Todos nós médiuns já passamos por isso…..Quando há as incorporações o médium fica mais que atento a qualquer palavra que saia de sua boca “se eu falando ou a entidades, o que vai acontecer agora, o que ele está fazendo” ….. tudo isso faz parte do início, pois ser consciente é perfeitamente normal e não é sinal de “falta de firmeza, ou imaturidade nas incorporações, ou fraqueza do médium.
E é nessa fase onde o médium atua muito junto com a entidade, por sua participação , ‘interatividade” que é peculiar nesse início, ocorre maior incidência de uma interferência do médium , sobrepondo a da entidade.
Porém, com o passar do tempo, o médium vai ganhando confiança, vai aprendendo a ficar mais alheio das manifestações da entidades, pois para ele não terá mais mistérios e se reservará da total abstenção de qualquer tipo de interferência, inclusive de sua própria opinião do que a entidade deveria agir, falar ou conduzir numa consulta.
Muitas pessoas desistem no inicio, por não aceitar sua consciência e não conseguir trabalhar psicologicamente essa questão e achar que é ele ali e não a entidade. De não insistir e entender que as incorporações vão se firmando com o tempo. Pois nossa forma de trabalhar mediunicamente é muitíssimo diferente de Candomblé e Espiritismo. E para a Umbanda a afinidade e sintonia nas incorporações é de fato, mais demorada. E nesse processo de ajustes, equalizações e estabelecer uma sintonia satisfatória , o médium deve entender que haverá sim erros, o seu sobrepor a própria entidade, o animismo, porque faz parte desses ajustes. Por isso o médium não deve ser permitido ao estarem sob influência das entidades; beber, fumar e principalmente, dar consultas e atender o público, quando essa sintonia não se estabelecer de fato, avaliado pelo dirigente e guias chefes da casa.
Não é que não podem ….. é normal as entidades não darem nomes de suas falanges no início, pois o médium ainda não está preparado mediunicamente falando … demora-se um tempo para estabelecer uma sincronia entre a faixa vibratória da entidade com a do médium e somente quando houver harmonia, e com menos risco de animismos por parte do médium, é que elas trazem sua falange.
Antes de tudo cada guia que incorpora é único, cada um é um espírito em particular, com seu jeito de agir e pensar. O nome de que se utilizam é apenas um indicativo da forma que trabalham de sua linha e irradiação. Por isso podemos ter vários espíritos trabalhando com o mesmo nome, sem que sejam por isso um só espírito.
É como ser um médico, engenheiro, etc… Todos possuem um conhecimento comum, além do conhecimento individual. E isso faz com que trabalhem de forma diferente, mas seguindo a mesma linha geral. A mesma coisa acontece com nossos guias, então é comum escutar:
- Como é o Caboclo X?
- Me conte a estória do Preto Velho Y
- Como é o ponto riscado do Exú Z?
Isso pode ocasionar vários problemas no início do desenvolvimento, o médium lê uma descrição de que o Caboclo Y fuma. E ele fica com “isso” na cabeça, assim que chega no momento de trabalhar com o seu guia o Caboclo Y (também) ele pede um charuto, e a partir daí fica mais difícil de romper essa barreira anímica criada pelo médium.
Ou então o médium lê que o Exu Z quando incorpora ajoelha no chão, aí pensa, “nossa o que eu incorporo não ajoelha!!!” e começa a se sentir inseguro quanto a manifestação do seu guia, podendo com isso atrapalhar o seu desenvolvimento.
Pra resumir, a melhor forma de conhecer seu guia e através do tempo, do desenvolvimento e do trabalho com ele, assim pouco a pouco você vai se interando de como ele é, como gosta de trabalhar, etc.
Rirado do texto de A. Araújo

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Defumação

Muitas pessoas nos escrevem fazendo perguntas ou pedindo referências literárias sobre fundamentos, rituais e práticas Umbandistas. Sei que é muito difícil praticar aquilo que não se entende e que é impossível amar aquilo que não se conhece. Pensando nisso e no fato de que só podemos ser bons médiuns se amarmos a Umbanda, resolvi iniciar hoje uma série de artigos que serão publicados de tempos em tempos visando o estudo e um maior conhecimento sobre os fundamentos básicos da Nossa Religião. Sendo assim, nada melhor do que começar pelo começo, não é mesmo? Então vamos hoje falar sobre defumação!
Nenhuma ação de limpeza ambiental é mais completa que uma boa defumação pois o ar concentrado de energias elementais entra e penetra em todos os cantos e brechas da casa envolvendo as paredes, o teto, o chão, os móveis, enfim, tudo. Além disso a defumação também descarrega o corpo mediúnico das pessoas e sutiliza suas vibrações tornando-as receptivas às energias de ordem positiva fazendo, assim, com que a comunicação com o Plano Astral Superior se torne mais fácil e em perfeita harmonia. Tudo isso facilita a imantação positiva que as Entidades de Luz irradiam sobre o nosso corpo físico, irradiação esta capaz de eliminar as doenças de fundo espiritual e material.
É comum o uso religioso das defumações pelos Sacerdotes pois um Terreiro, um Centro, um Templo e até uma Igreja são locais onde as pessoas vão para descarregar seus emocionais. Chegam da rua com pensamentos negativos, vibrações pesadas, sentimentos rancorosos e o forte magnetismo existente nesses recintos desagrega os acúmulos das auras das pessoas que ficam retidos no interior desses locais religiosos. Então a defumação torna-se necessária e até obrigatória pois ela visa purificar o ambiente e dissipar as condensações ali acumuladas, sem contar que quando queimamos incensos naturais nossos pensamentos ficam claros e de alguma maneira estamos agradecendo à Mãe Terra pelo ar fresco e ajudando a clarear o pensamento individual e planetário.
O segredo da defumação por parte das entidades espirituais que utilizam os cachimbos, os charutos e até cigarros são variados e dependem do caso em questão. É importante que fique bem claro que as entidades não fumam, isso quer dizer que não são viciadas nem viciam o médium como  muitos pensam. Eles apenas utilizam o charuto, por exemplo, como elemento concentrador vegetal do fumo acompanhado do seu sopro que pode ser quente, frio, desagregador, harmonizador ….. mas isso tudo é assunto para um outro artigo !
Infelizmente incensos comerciais raramente contêm resinas ou óleos naturais pois são feitos com essência sintética e derivados de petróleo que na verdade não trazem benefício algum. Portanto, para fazer uma boa defumação é preciso um turíbulo cheio de carvão em brasa sobre o qual vai se derramando ervas secas e resinas. Todas as janelas e portas deverão ser fechadas deixando apenas uma aberta para a saída de “todo o mal”. Manuseie seu defumador de maneira que a fumaça aromática envolva tudo: todas as pessoas da sua casa, os móveis, os armários (abrindo suas portas), as camas (embaixo e em cima), não esquecendo dos animais de estimação. É importante fazer a defumação sempre em oração podendo também cantar, afinal quem canta os males espanta! É sempre recomendado que as pessoas da casa tomem um banho de ervas depois da defumação afinal não basta somente limpar o ambiente temos que limpar também o nosso campo áurico.
Alguns pequenos exemplos de ervas que podem ser usadas nas defumações (sempre secas):
·                                 limpeza: casca de alho ou cebola, orégano, arruda, guiné, quebra demanda
·                                 prosperidade: canela, folhas ou grãos torrados de café, eucalipto, colorau
·                                 harmonia: anis estrelado, camomila, alecrim, alfazema, sálvia
·                                 meditação: sândalo, mirra, olibano, sangue de dragão

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Enfermidade

Ninguém poderá dizer que toda enfermidade, a rigor, esteja vinculada aos processos de elaboração da vida mental, mas todos podemos garantir que os processos de elaboração da vida mental guardam positiva influenciação sobre todas as doenças.
Há moléstias que têm, sem dúvida, função preponderante nos serviços de purificação do espírito, surgindo com a criatura no berço ou seguindo-a, por anos a fio, na direção do túmulo.
As inibições congeniais, as mutilações imprevistas e as enfermidades dificilmente curáveis catalogam-se, indiscutivelmente, na tabela das provações necessárias, como certos medicamentos imprescindíveis figuram na ficha de socorro ao doente; contudo, os sintomas patológicos na experiência comum, em maioria esmagadora, decorrem dos reflexos infelizes da mente sobre o veículo de nossas manifestações, operando desajustes nos implementos que o compõem.
Toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem de máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando-lhe o funcionamento.
Sabe hoje a medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico.
Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam as suas secreções, e o estômago, entrando em espasmo, nega-se à produção de ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos da nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa.
O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo.
Se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo.
Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, conseqüentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Divina Providência nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna.
Guardemos, assim, compreensão e paciência, bondade infatigável e tolerância construtiva em todos os passos da senda, porque somente ao preço de nossa incessante renovação mental para o bem, com o apoio do estudo nobre e do serviço constante, é que superaremos o domínio da enfermidade, aproveitando os dons do Senhor e evitando os reflexos letais que se fazem acompanhar do suicídio indireto. (EMMANUEL - Pensamento e Vida, FCXavier)



Comportamento do Médium

     -Este caso – falou baixinho o Preto-Velho para os outros médiuns presentes – é o típico caso do encosto, conforme dizem meus filhos. Um espírito qualquer se sentiu atraído pela aura do rapaz e, de modo bastante natural, sentiu afinidade com o comportamento dele. O espírito não pretende fazer mal algum; porém, está quase que aprisionado magneticamente à sua aura. Mas não adianta nada separarmos os dois se o moço não modificar a vibração de seus pensamentos e emoções, adquirindo atitudes mais sadias. Vamos ver o que se pode fazer.
     O pai-velho induziu um dos médiuns a ficar ao lado do rapaz, que se contorcia e chorava, como se estivesse numa luta intensa.
     Do outro lado da situação, a entidade tremia violentamente, quase em espasmos, literalmente grudada à aura do rapaz. Energias sutis eram sugadas pela entidade, que subtraía de Tony fluidos preciosos, porém em grande medida comprometidos pela qualidade das emoções do consulente. Eram fluidos pesados, que pareciam se esvair através dos poros ao mesmo tempo em que eram absorvidos pelo espírito errante.
     O médium entrou em sintonia com o pensamento da entidade, e a transferência magnética foi imediata, liberando Tony da influência estranha. O espírito acoplou-se vibratoriamente à aura do médium e começou a se utilizar da sua voz para expressar-se:
     -Eu não tenho culpa – falou, quase gaguejando, a entidade através do médium Paulo César. – Fui atraído para perto dele e, a partir daí, não consegui mais me livrar. Estou amarrado a ele.
     Sob a orientação do pai-velho, a entidade foi desligada fluidicamente da aura do consulente.
     Espíritos amigos aproximaram-se do rapaz, manipulando energias magnéticas com tal intensidade que os laços fluídicos com a entidade foram desfeitos de imediato. Contudo, via-se claramente que fluidos pesados ainda ficaram aderidos ao corpo espiritual de Tony. Parecia uma fuligem, que impregnava a aura do moço, penetrando pelo interior de seu corpo.
     -Você está com uma crosta de sujeira energética, meu filho – falou o pai-velho para o rapaz, que recobrava seu domínio mental. – É como se você, durante longo tempo, tivesse se envolvido com ambientes ruins e nocivos a sua saúde espiritual. Elementos de baixíssima vibração impregnaram sua aura. E olha que a culpa não é do obsessor, mas é responsabilidade sua.
     O rapaz baixou o rosto sensibilizado e, ao mesmo tempo, envergonhado.
     -Sua conduta, filho, é que define o tipo de companhia espiritual que circunda ao seu redor. Não adianta estar vestido de terno e gravata e ter um verniz social, sem uma vivência real de qualidade. Pode até ser que você pense estar escondendo algo de seus amigos ou de alguma pessoa, mas sua vida, na verdade, é um livro aberto. Para nós, espíritos, as atitudes e os comportamentos se transformam em entidades vivas, em energias poderosas, sejam eles bons ou maus. É dessa forma que você atrai outros seres que se apegam a seus vícios e paixões e, de alguma maneira, passam a se alimentar de seus pensamentos mais secretos, espelhando-se em seu comportamento. Nem sempre esses espíritos despreparados querem prejudicá-lo, mas com certeza a qualidade de seus pensamentos e atitudes os excita e atrai. Por sua vez, através do processo de sintonia mental eles acabam por influenciar você também, embora nem sempre tenham consciência do que lhes ocorre. Tenha cuidado, filho, pois semelhante atrai semelhante.

Que fique aqui mais um ensinamento para nós médiuns.
Do livro Corpo Fechado – psicografado por Robson Pinheiro
Pelo espírito W.Voltz, orientado por Ângelo Inácio.

Orixás

Os orixás são deuses africanos que correspondem a pontos de força da Natureza e os seus arquétipos estão relacionados às manifestações dessas forças. As características de cada Orixá os aproxima dos seres humanos, pois eles se manifestam através de emoções como nós. Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são passionais. Cada orixá tem ainda seu sistema simbólico particular, composto de cores, comidas, cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravidão, cada orixá foi também associado a um santo católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem seus deuses vivos, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas aparentemente.
Estes deuses da Natureza são divididos em 4 elementos - água, terra, fogo e ar. Alguns estudiosos ainda vão mais longe e afirmam que são 400 o número de Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água, enquanto que, na Astrologia, são 3 do Fogo, 3 da Terra, 3 do Ar e 3 da Água. Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 16 deuses. Eles também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras analogias.
Na Umbanda e no Candomblé se cultuam muitos outros orixás, desconhecidos por leigos, por serem menos populares do que Xangô, Iansã, Oxossi e outros, mas com um significado muito forte para os adeptos dos cultos afro-brasileiros. Alguns são necessariamente cultuados, devido à ligação com trabalhos específicos que regem, para a saúde, morte, prosperidade e diversos assuntos que afligem o dia-a-dia das pessoas. Estes deuses africanos são considerados intermediários entre os homens e Deus, e por possuírem emoções tão próximas dos seres humanos, conseguem reconhecer nossos caprichos, nossos amores, nossos desejos. É muito comum, alguns dizerem que suas personalidades são conseqüências dos Orixás que regem suas cabeças, desenvolvendo características iguais às destes deuses africanos.
Apresentamos à seguir as descrições dos 16 Orixás mais cultuados no Brasil. Lembramos que existem diversas correntes no Candomblé e na Umbanda, por essa razão as informações poderão ser diferentes de acordo com a tradição ou região.

O PANTEÃO DOS ORIXÁS AFRO-BRASILEIROS

EXU, Senhor dos caminhos, Orixá mensageiro e vencedor de demandas. Por estar mais próximo da realidade humana é considerado o Orixá das causas materiais. Veste-se de vermelho e preto e seu elemento é o fogo. Seu dia é a Segunda-feira e sua saudação é "Laroiê !". Seus filhos são pessoas críticas e originais, não ligam para opiniões alheias. Adeptos da lei do menor esforço, preferem concentrar suas energias no lazer. De hábitos noturnos, tendem a ser egoistas e tornam-se tristes quando não se encaixam em determinados ambientes.
OGUM, é o Orixá guerreiro. Deus do ferro e da guerra. Seu domínio são as retas dos caminhos, as lutas e o trabalho. Veste-se de azul escuro, verde ou vermelho. Traz sempre sua espada pronta para o ataque. Seu dia é terça-feira e sua saudação é "Ogunhê !" Seus filhos, são pessoas com um apurado senso de honra e incapazes de perdoar uma ofensa. São fisicamente muito resistentes, curiosos por natureza, possuem muita capacidade de concentração e perseguem seus objetivos com derterminação.
OXOSSI, Orixá caçador, protetor das matas, dos animais da floresta e dos caçadores. Veste-se de verde, azul turquesa e vermelho. Traz sempre o seu Ofá (arco e flexa). Seu dia é a Quinta-feira e sua saudação é "Okê Arô Oxossi !" Seus filhos, são pessoas muito exigentes no cumprimento das obrigações, de atitudes firmes e até um pouco duras. Não têm "papas na língua" e costumam falar tudo o que pensam. Dão muito valor aos acordos e não faltam com sua palavra. Com tendência à timidez, não gostam de demonstrar suas emoções.
OSSAIM, Orixá das ervas medicinais e das plantas em geral, presentes em todos os rituais de iniciação no Candomblé. É representado por um pássaro pousado num ramo e seu domínio é a mata virgem. Veste-se de verde e rosa. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é "Ewé ô - Ewe assá !". Seus filhos, são pessoas com forte tendência à religiosidade, tolerantes e de bom coração. De personalidade instável, costumam controlar seus sentimentos e emoções. Valorizam a liberdade e não se apegam aos bems materiais.
OBALUAIÊ, ( ou OMOLU, em sua forma velha). O deus das pestes e das doenças de pele. Por ser o deus da peste conhece a cura de todos os males. Veste-se de branco e preto e usa um capuz de palha-da-costa que encobre todo o corpo. Dança com o Xarará. Seu dia é segunda-feira e sua saudação é "Atotô !" Seus filhos, são pessoas que se preocupam demais com os outros, esquecendo de seus próprios interesses. Podem até ter uma boa situação financeira, porém não se apegam aos bens materiais. São inquietos e não apreciam a monotonia.
OXUMARÉ, Orixá da sorte, fartura e fertilidade. Protetor das mulheres grávidas. Seu domínio são os poços e fontes da mata. Veste-se de verde e amarelo ou com as sete cores do arco-íris e é representado por uma serpente. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é "Àrobô bô yi !". Seus filhos são pessoas orgulhosas e exibicionistas. Periódicamente mudam tudo em sua vida: casa, emprego, amigos, sempre buscando novidades. Costumam desenvolver o dom da vidência e possuem intuição aguçada, que normalmente lhes revelam os melhores caminhos.
EWÁ, Orixá das chuvas, rainha dos mistérios e da magia, jovem virgem que recebeu de Orunmilá o poder de ler os Búzios (o Oráculo de Ifá). Comanda os astros e está ligada às mudanças e transformações das águas. Veste-se de vermelho e branco. Seu dia é Sábado e sua saudação é "Ri-rò !". Seus filhos são pessoas extremamente metódicas e racionais. Costumam traçar metas para tudo. Conservadoras, acabam sofrendo com o execesso de rotina que conseguem estabelecer em suas vidas.
XANGÔ, o Orixá da justiça, do trovão e da pedreira. Veste-se de vermelho e branco. Usa uma coroa, e traz o Oxé (machado duplo) e o Xerê (instrumento musical) Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é "Kawó-Kabyesilé !". Seus filhos são pessoas fisicamente fortes, atrevidos e prepotentes. Com um senso de justiça muito próprio, não suportam desaforos. As vezes agem como se fossem os donos da verdade. Porém, quando a situação complica, sempre buscam um meio termo, para não sair perdendo.
OXUM, é a rainha dos rios e das cachoeiras (todas as águas doces), do ouro e do amor. Veste-se de amarelo, dourado, azul claro e rosa. Traz em suas mãos o Abebê (espelho-leque) e uma espada se for guerreira. É a segunda esposa de Xangô. Seu dia é Sábado e sua saudação é "Ora Ieiê Ô !". Seus filhos são pessoas graciosas e elegantes, adoram jóias, perfumes e roupas caras. Voluptuosas, sensuais, esbanjam charme e beleza. Possuidoras de muita frorça de vontade e um grande desejo de ascensão social.
IANSÃ, é a deusa guerreira, senhora dos ventos, das tempestades e dona dos raios. É a dona dos eguns, por isso seus filhos são os mais indicados para a entrega de ebós. É a mulher principal de Xangô. Veste-se de vermelho, marrom escuro, e branco. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é "Eparrei Oiá !". Seus filhos, são pessoas alegres, audaciosas, intrigantes, autoritárias e sensuais. Adoram usar joias e bijuterias. Extrovertidas, francas e amantes da natureza. Ambiciosas e de temperamento forte. São guerreiras e comunicativas.
LOGUN-EDÉ, filho de Oxum com Oxóssi. Seus domínios são os leitos de rios e mares. Veste-se com uma pele de leopardo, leva em uma mão o espelho de Oxum e na outra as armas de Oxóssi. Suas cores são amarelo e azul. É representado por um pavão ou um papagaio. Seu dia é Quinta-feira e sua saudação é "Olu A Ô Ioriki !". Seus filhos são pessoas bonitas, atraentes e sedutoras. Carinhosos, amorosos e sensuais. Orgulhosos e vaidosos. Inconstantes, indecisos, frios e calculistas. reservados e um tanto calados. Ciumentos, solitários e discretos.
OBÁ, uma das esposas de Xangô, Orixá do equilíbrio e da justiça. Seu domínio são as águas revoltas. Veste-se de laranja e amarelo, portando espada e protegendo a orelha com um escudo. Seu dia é Quarta-feira e sua saudação é "Obá xirê !". Os filhos de Obá são pessoas pouco atraentes, desajeitadas e de temperamento forte. Agressivas e objetivas. Aparentam ser mais velhas do que realmente são. Costumam ser bem sucedidas nos negócios e gostam de acumular bens.
IEMANJÁ, Orixá da harmonia em família, é considerada a Rainha dos mares e a mãe dos Orixás. Veste-se de azul e branco ou verde claro, portando seu Abebê (espelho-leque)decorado com uma sereia ou uma concha. Seu dia é Sábado e sua saudação é "Odô iyá !" Seus filhos, são autoritários, persistentes, preocupados, responsáveis e decididos. Amigos, protetores, faladores e não suportam a solidão. As mulheres, se comportam como super mães. Quando a segurança dos filhos e da família está em jogo, são agressivos e até traiçoeiros.
NANÃ, é o Orixá feminino mais velho do Panteão. É a mãe de Oxumarê e Obaluaiê. Em sua mão traz seu cetro o Ibiri. Veste-se de lilás, branco e azul. É a protetora dos doentes desenganados. Seu dia é Terça-feira e sua saudação é "Salubá !" Seus filhos são conservadores e apegados às convenções. Calmos, mas às vezes tornan-se agressivos e guerreiros. As mães, são apegadas aos filhos e muito protetoras. Ciumentas e possessivas, exigem atenção e respeito. Não costumam ser muito alegres e não gostam de brincadeiras.
IBEJI, Orixás Gêmeos protetores das crianças e da família. Vestem-se de azul, rosa e verde. São representados por dois bonecos gêmeos ou duas cabacinhas. Seu dia é domingo e sua saudação é "Omi Beijada!" Embora possa ocorrer, são raros os filhos de Ibeji. Essa energia infantil, geralmente se manifesta com o orixá do iniciado. Mesmo sendo adulto, quando em "estado de erê", o iniciado torna-se brincalhão, irreverente, cheio de energia e aparenta ser mais joven. Adoram festas, música e dança.
OXALÁ, é considerado o Pai de todos os orixás. É o mais velho e o primeiro a ser criado. É responsável pela criação do mundo e dos seres humanos. É o Orixá dos inhames novos e da agricultura, que traz as chuvas e que fecunda os campos, Sua festa ligada ao início do ano agrícola costuma ser em agosto e setembro, e inclui a renovação da água do templo e a lavagem dos objetos de culto. Está associado à justiça e ao equilíbrio. É cultuado nas seguintes formas: Oxalufã = Oxalá Velho e Oxaguiã = Oxalá Moço.
OXALUFÃ é o Orixá da paz, veste-se de branco portando sempre seu apaxorô (cajado). É representado por uma pomba branca. Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é "Eepaá babá !".
OXAGUIÃ é um Orixá valente e guerreiro, considerado filho de Oxalufã. Também veste-se de branco, dança com muita energia carregando uma "mão de pilão". Seu dia é Sexta-feira e sua saudação é "Exê êêê !
Os filhos de Oxalufã (oxalá velho), em geral são pessoas calmas e dignas de confiança. Dotados de grande sabedoria, estão sempre buscando os significados de tudo o que ocorre ao seu redor. Não cansam de estudar e buscar o conhecimento. Também são teimosos orgulhosos e inteligentes e com tendência à serem preguiçosos.
Os filhos de Oxaguiã (oxalá moço), são pessoas joviais e viris. Ativos, guerreiros, alegres e generosos. Não se deixam influenciar por opiniões alheias. São organizados e metódicos em seus ofícios e projetos. Trabalhadores incanssáveis e por essa razão, suscetíveis à crises de estresse.




quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ervas

As plantas tem a virtude de expelir todas as toxinas do nosso organismo, purificando-o e suprimindo a falta de certos elementos nutritivos. Não foi em vão que Deus criou a rica natureza com tão variada flora medicinal. E é nessa Natureza que o homem encontra seu equilíbrio energético.
* O instinto animal está sempre presente na natureza. Mesmo os irracionais recorrem às plantas por questão de sobrevivência. Alguns animais, sentindo-se perturbados, recorrem à planta certa para roê-la ou come-la, e assim curar seus males, sejam eles, fome ou doença.*
A finalidade dos banhos dentro da Umbanda é purificar, limpar e energizar.
Nos banhos são utilizadas ervas, as quais, já têm sua eficiência comprovada pela ciência e são largamente utilizadas em forma de medicamentos pela indústria farmacêutica e de manipulação.
Cada erva ou conjunto de ervas têm sua finalidade em relação a um ou mais tipos de problemas, doenças, e baixas energéticas.
Não basta tomar o banho.  Tem que se ter fé naquilo que se está fazendo, consciência de sua utilidade, finalidade e benesses.
Não se toma um banho de ervas somente por se tomar.  Deve haver um motivo e uma orientação. 
LEMBRE-SE, ANTES DE QUALQUER PROCEDIMENTO, AS ERVAS DEVEM SER BEM LAVADAS E SE NECESSÁRIO SECADAS. NÃO UTILIZE ERVAS QUE APRESENTEM MANCHAS OU QUE ESTEJAM DOENTES.
Deixe, sempre que possível, a água secar naturalmente. Assim, o seu corpo absorverá melhor as boas energias pelas plantas e ervas.
Os banhos são pura magia verde. Portanto, use e abuse do incrível poder das ervas e plantas mágicas.
Podemos então preparar um banho muito poderoso, usando as ervas e os ingredientes certos, aliados também ‘a credibilidade dada a todo o universo mágico das plantas.

* Identificação, Coleta e Armazenagem das Ervas:

Identificação: Tudo começa com a identificação correta das espécies que se deseja utilizar. Deve-se tomar cuidado com a confusão causada pelo excesso de nomes vulgares, populares ou regionais.
Coleta: Depois de saber qual planta será utilizada, há a necessidade de alguns cuidados na hora da colheita. Poderemos fazer uma coleta parcial(raiz, casca, semente, flor, folha, fruto) ou total (toda a planta). E ainda nunca esquecer de fazer as saudações necessárias (Ossae, Oxossi, Jurema), sempre com muito respeito.
Eis alguns cuidados para melhor uso das energias ou seva da planta:
Madeira , casca e raízes colher fora do tempo de crescimento e circulação da seiva, geralmente no inicio do inverno;
Raiz, casca, flor e semente proporcionalmente, são geralmente mais concentradas, portanto mais fortes do que as folhas e a madeira. Logo, devem ser usadas em menor quantidade;
As flores devem ser coletadas quando estiverem bem abertas;
As folhas ou plantas inteiras, devem ser coletadas no inicio da floração;
As sementes coletam-se depois de maduras e bem saudáveis, ou depôs que a planta estiver seca;
As plantas perfumadas devem ser coletadas no final da tarde;
Cascas, raízes e óleos coletam-se em período não chuvoso;
Os frutos carnudos e secos só serão colhidos depois de maduros;
Colher plantas adultas, limpas e saudáveis em locais limpos e sem contaminação;
Sempre colher pela manhã, após secar o orvalho, ou no final da tarde;
Colher em dias ensolarados para facilitar a secagem se necessário;
Folhas e flores colher na lua cheia;
Raízes na lua nova;
Sempre que for necessário secar isso deve ser feito a sombra e o local deve ser arejado.
Armazenagem: Sempre manter em local seco arejado e protegido das crianças e animais domésticos.

• PREPARAÇÃO:
1-Uso interno:
Chás - Fornecem substancias terapêuticas, hidratam, estimulam, desintoxicam, controlam a temperatura e auxiliam na digestão. São três tipos:
  -Chá em maceração:Mergulhar a erva em água (fervida ou filtrada), macerar, tapar bem o recipiente, deixar por horas, dias ou até semanas, depois coar e tomar.
Obs.: É pela maceração que se processam garrafadas e óleos medicinais.
Na maceração são extraídos os princípios ativos da planta, bem como sais minerais e vitaminas.
-Chá em infusão: Picar a erva, colocar num recipiente e derramar água fervente sobre elas. Tapar e deixar de 5 a 15 minutos, coar e tomar ainda quente.
-Chá em decocção: Picar a erva e acrescentar água fria, levar ao fogo por 5 a 10 minutos, coar e tomar ainda quente.

2-Uso externo:
Banhos - Todos nós temos ao redor do nosso corpo físico um campo eletromagnético, composto por corpos sutis, que se denomina aura. As auras das pessoas e dos lugares funcionam como antenas que recebem e enviam mensagens entre si, que são decodificadas através da nossa intuição.
Quando passamos por situações estranhas, energias desequilibradas se agregam à nossa aura e permanecem lá por muito tempo provocando doenças.
Quando tomamos um Banho de Ervas limpamos a nossa aura fazendo com que ela volte a funcionar normalmente e harmonizando os nossos chakras que são túneis por onde entram as energias no nosso corpo físico.
Cada planta tem características próprias que interagem com as nossas energias provocando as mudanças necessárias. As ervas podem limpar, energizar, melhorar nossa auto-estima, tirar nosso cansaço, etc...
-Banhos de ervas verdes: Quando usamos ervas verdes, estas devem ser maceradas na água e nunca fervidas pois a energia e o sumo obtido podem ser evaporados.
-Banhos de ervas secas: Devemos misturar em água fria e levar ao fogo até ferver para que com o calor se desprenda a vitalidade da planta.
Obs: Sempre que formos fazer um banho deve-se acender uma vela ao lado, para combinar as energias e assim atingirmos o nosso objetivo.

Alguns Banhos Específicos:

* Descarrego: quando nos sentimos muito irritados ou extremamente desanimados;
Banho: arruda, guiné, casca de alho.
* Abre caminho: quando queremos mudar alguma coisa na nossa vida;
Banho: Erva Abre caminho, levante, louro.
* Tirar mágoas: quando não conseguimos nos livrar de uma tristeza;
Banho: Folhas de colônia, Malva, Camomila            
* Fraqueza: quando nos sentimos sem forças;
Banho: Aniz estrelado, canela, erva doce
* Densidades acumuladas: quando sentimos dor nas costas;
Banho: Costela de Adão, Samambaia, sete sangrias
* Aumentar a auto-estima;
Banho: Dandá da Costa, Malva, Folha da Costa
* Prosperidade;
Banho: Alecrim, Eucalipto, Manjericão
*Defesa: proteção
Banho: Espada de São Jorge, Guiné, Alecrim do Campo
* Amor
Banho: Sementes de Emburana,, Canela em Pó, Pixuri

CURIOSIDADE:
Banhos: São vários os tipos e diversas são as funções que os banhos exercem em nosso organismo:
O trabalho da água fria: Quando a água fria toca a pele, os vasos periféricos se contraem, o coração retarda momentaneamente suas batidas e a pressão arterial aumenta. Em alguns segundos a pele se torna mais corada, baixa a pressão arterial e o coração acelera as suas batidas.
O trabalho da água quente: A pele fica sucessivamente pálida, e logo em seguida rosada, em virtude dos movimentos vasculares, graças aos quais, a pele pode desempenhar mais facilmente as suas funções, sendo que, entre elas... a eliminação das substâncias morbosas, pela freqüente transpiração.

A Purificação do Corpo

A purificação do corpo implica comportamento limpo, claro e aberto, dar carinho e servir aos outros,fazendo de nós um modelo a ser seguido. Significa não ir à busca do prazer e da gula, não falar palavras fúteis, desrespeitosas ou sobre os erros dos outros; não promover discórdias; mas sim, incentivar as pessoas a fazerem as coisas certas; falar palavras reconciliadoras; ser educado, amoroso, suave, delicado, afável e benevolente; não falar alto e grosseiramente. Implica, ainda, o consumo de alimentos depurativos do sangue e curativos e a superação de vícios e maus hábitos.
     Nos dias de trabalho estamos para Deus. Certos cuidados são exigidos: não ter relação sexual por pelo menos 24 horas antes; não ingerir bebida alcoólica e/ou outras drogas e substâncias prejudiciais à saúde, sejam elas legais ou ilegais; não ingerir carne de espécie alguma. A alimentação deve ser leve, pois refeições pesadas ou picantes demais trazem distúrbios orgânicos e energéticos que desvirtuam o trabalho do médium, interferem na concentração e despertam emoções mais densas.
     O excesso de alimentação produz odores desagradáveis pelos poros, pela saída dos pulmões e do estômago. O álcool e outras substâncias tóxicas conturbam os centros nervosos, entorpecendo a mente, anulando a percepção extra sensorial e alterando certas funções psíquicas. Também abrem o campo mediúnico às vibrações negativas e estimulam o emocional dos médiuns.
     Os procedimentos de resguardo visam desobstruir os pontos de captação de energias e afinizar a vibração do médium em seu padrão pessoal. Quanto mais puro em suas energias, mais facilmente o médium sintonizará, vibratoriamente, as irradiações dos orixás e isto, se feito continuamente, se expressará na saúde do médium, tornando-o menos suscetível às doenças.

A Purificação do Coração
     A purificação do coração, enquanto fonte da consciência do ser humano, ocorre com a preservação do pensamento limpo e sem defeito. Para isso, devemos desenvolver a sinceridade, o respeito, a humildade, a gratidão, a harmonia, o contentamento, a misericórdia, a compaixão, a abnegação e o perdão, no entanto sem aplacar o sentimento de revolta contra as injustiças e a miséria.
     Este mundo transitório da matéria deve ser entendido como uma dádiva, para podermos enxergar  nossa verdadeira dimensão e caminhar para a comunhão com a consciência divina. Em nossa prática do dia-a-dia, temos de ser, nós mesmos, uma fonte de luz.
     O ciclo reencarnacionista é uma das vias de evolução, sob a irradiação dos sagrados orixás, na qual todo e qualquer espírito tem a possibilidade de percorrer um caminho de infinito aperfeiçoamento, tanto no plano material quanto no plano espiritual.
     O sentido da vida está em ajudarmos no equilíbrio de nossos semelhantes. Aqueles que se tornaram conhecedores da Lei e já conquistaram seu equilíbrio buscam a essência do Criador nas coisas mais simples; sacrificam-se pelos semelhantes, sem nada esperar em troca; preocupam-se em não depredar a natureza; integram-se por inteiro ao ancestral místico, sabendo que tudo é parte do mesmo corpo de Olorum. O I Ching alerta para não se anular para servir ao outro, pois se diminuindo muito não se poderá prestar ou servir para nada.
     A nós, umbandistas, cabe purificar o nosso íntimo, renovar a religiosidade e a fé nos sagrados orixás, no nosso meio humano, sofrido e desencantado com tantas injustiças sociais e religiões comprometidas com esse estado de coisas. Temos que lidar, simultaneamente, com o nosso íntimo e com o nosso meio, sem nos dissociarmos de nada ou de ninguém à nossa volta. É fundamental que conquistemos os dons, as virtudes e a harmonia para o nosso planeta, retornando à simplicidade de cultuar Deus, de sermos responsáveis pela vida e auxiliares do nosso Divino Criador. Se essa for a prática cotidiana na vida do médium, torná-lo-á inacessível aos espíritos trevosos e às vibrações negativas.