quinta-feira, 31 de maio de 2012

Mediunismo, Mediunidade, Animismo e Mistificação
 Freddy Brandi
A expressão mediunismo, criada por Emmanuel, designa as formas primitivas de mediunidade que fundamentam as crenças e a religião primitivas. Primitivismo; adoração inclusive de objetos inanimados, broches, talismãs, amuletos, e etc., o fetichismo nas crenças indignas e religiões africanas. A diferença entre Mediunismo e Mediunidade está na conscientização do problema mediúnico.
"A mediunidade é o mediunismo desenvolvido, racionalizado e submetido à religião religiosa, filosófica e às pesquisas científicas necessárias ao esclarecimento dos fenômenos, sua natureza e suas leis.
O mediunismo divide-se em vários ramos correspondentes, as noções africanas de que procedem. Existem as mais e as menos elevadas:
Umbanda: -  São  as práticas mais elevadas e voltadas para o bem.
Quimbanda: - Rituais selvagens provocados pelo sangue dos animais sacrificados e queima de pólvora e outros rituais relacionados a inferioridades dos espíritos.
Candomblé: - São as Danças nativas de origem africana e indígena.
A Macumba: - É um ritual muito antigo. Diz Herculano Pires que a Macumba é um instrumento de sopro, geralmente, de bambu, que é tocado para chamar os espíritos do mato, é o "despacho", ao contrário do que se pensa, não é a oferenda de comidas e bebidas que é colocada nas encruzilhadas, mas o envio de espíritos inferiores para atacar as pessoas visadas.
Mediunidade: É a faculdade humana pela qual se estabelece a relação entre homens e espíritos. Não é um poder oculto que se possa  desenvolver através de praticas, rituais ou pelo poder misterioso, desenvolve-se naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para captação mental, de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca e nos afeta, com as suas vibrações afetivas e psíquicas.
É a faculdade ou aptidão que possuem certos indivíduos determinados médium, de servirem de intermediário entre o mundo físico e espiritual. A mediunidade é dada sem distinção a fim de que os espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico, os virtuosos, para os fortalecer no bem, e os viciosos para os  corrigir.
Mediunidade é simplesmente uma aptidão para servir de instrumento mais ou menos dócil, aos espíritos em geral. O bom médium é aquele que constrói boas qualidades morais e constantemente cultiva bons pensamentos, possui o hábito da oração e da leitura.
Dessa maneira , a mediunidade é a condição natural do homem, uma faculdade geral da espécie humana, que se revela em dois campos paralelos de fenômenos: os Anímicos: Que são os fenômenos mediúnicos, com há maior influência do espírito do médium na relação entre duas esferas, como nos casos de vidência. Espíritas: são fenômenos mediúnicos, quando, na relação, há uma atuação direta do espírito desencarnado sobre o encarnado, como ocorre na audiência e na psicografia.
Mistificação: São os escolhos mais desagradáveis da prática espírita; mas há um meio de evita-los, o de não pedires ao espiritismo nada mais do que ele pode e deve dar-vos; seu objetivo é o aperfeiçoamento moral da humanidade. Desde que, não vos afasteis disso, jamais sereis enganados, pois não há duas maneiras de compreender a verdadeira moral, aquela de que todo homem de bom senso pode admitir; mesmo que o homem nada peça, nem que evoque, sofre mistificações, se aceitarem o que dizem os espíritos mistificadores. Se o homem recebesse com reserva e desconfiança tudo que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os espíritos levianos não o enganariam tão facilmente.
Mistificar:  Quer dizer; enganar , trapacear, burlar, tapear, iludir, iniciar alguém nos mistérios de um culto, torna-lo iniciado, abusar da boa fé.
“Do que se conclui que só é mistificado aquele que merece”
Animismo: (anima – alma) Sistema fisiológico que considera a alma como causa primária de todos os fatos intelectuais e vitais, isto é, expõe o fenômeno anímico como a manifestação da alma do médium, portanto, á alma do médium pode manifestar-se como qualquer ouro espírito, desde que goze de certo grau de liberdade, pois recobra os seus atributos de espírito e fala como tal e não como encarnado. Para que se possa distinguir, se é o espírito do médium ou outro que se comunica, é necessário observar a natureza das comunicações, através das comunicações e da linguagem.
Outro grande engano é confundir Animismo com Mistificação.
 "Na verdade a questão do Animismo foi de tal maneira inflada, além de suas proporções, que acabou transformando-se em verdadeiro fantasma, uma assombração para espíritas desprevenidos ou desatentos. Muitos são os dirigentes que condenam sumariamente o médium, pregando-lhe o rótulo de fraude, ante a mais leve suspeita de estar produzindo fenômeno anímico e não espírita. Creio oportuno enfatizar aqui que em verdade não há fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de seres desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado) e, portanto, manifestações anímicas".
A conclusão que chegamos é que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica.
Existem também manifestações de animismo puro, ou seja, comunicação produzida pelo espírito do médium, sem a participação de outro espírito - encarnado ou desencarnado, pode ocorrer um processo espontâneo de regressão de memória. Existem fraudes de médiuns e de Espíritos que nada têm a ver com o animismo e o mediunismo. Pode ocorrer o desejo de promoção pessoal e de grupos. Existem a dos Espíritos que usam nomes falsos para desequilibrarem àqueles que se esquecem de estudar e julgam assim serem superiores demais. Devemos conservar a humildade e agradecer constantemente a oportunidade de servir.

Desenvolvimento Mediúnico

O desenvolvimento do médium seja ele iniciante ou não, afinal jamais se saberá de tudo, e por isso deve-se buscar a constante atualização nos materiais sobre o que se pretende aprender.
 Comumente relatos de médiuns iniciantes mostram que certos Médiuns, antes de trabalharem na corrente de Umbanda apresentavam incorporações desordenadas, constantes visões a todo instante, ouviam e sentiam muitas coisas, e que, após a entrada para o ofício mediúnico na Casa de Umbanda, essa intensidade diminuiu muito, chegando em alguns dos casos até extinguir-se.
 Os Guias e Mentores de Luz entendem que estas sensações de desequilíbrio e desarmonia que antes eram sentidos pelo médium sem terreiro, não mais são necessárias novamente, eis que estes desequilíbrios aconteceram para que o indivíduo se conscientizasse sobre seu caminho espiritual, acerca de Deus, da Caridade, do seu real objetivo na Terra, e obviamente de seu Karma espiritual.
Porém esta conscientização só se dará por meio de estudos.
 Reflitamos e entendamos então, que só por meio do estudo conseguiremos entender mais sobre estas indagações acima expostas, e só com a prática habitual do estudo cominada com a prática empírica da mediunidade poderá ter a excelência na prestação do ofício mediúnico, e no tão pretendido desenvolvimento “completo” das faculdades mediúnicas. Paciência, estudo, concentração, disciplina servirão e muito para galgar o rápido desenvolvimento.
  Com muita freqüência, vemos que os médiuns iniciantes na Umbanda têm pressa na prática do exercício de sua Mediunidade seja da incorporação, de vidência, de psicografia, entre tantas outras faculdades, o que o médium aprendiz deseja é começar logo na prestação de sua caridade espiritual, além de querer conseguir sua total evolução em um período curto de tempo.
 Antes de tudo, deve-se saber que o processo de desenvolvimento das faculdades mediúnicas se dá individualmente e que cada indivíduo tem seu tempo, não existindo regras quanto à estipulação de tempo para as faculdades mediúnicas, sendo, portanto, cada um responsável pelo seu próprio
Desenvolvimento espiritual e cada qual com seu tempo.
 Outro ponto a ser abordado, é que, jamais um dirigente espiritual centrado fará ser apressado este processo, que Via de Regra é lento e acima de tudo individual, também não se quer ver o médium iniciante atropelando-se nas etapas necessárias ao perfeito trabalho
Mediúnico, pois o que se objetiva não é apressar ou tornar madura a mediunidade precocemente, sem que antes, haja o estudo mediúnico aliado à prática experimentada da faculdade mediúnica.
Deve haver ainda, a sapiência e a consciência do médium sobre os atos, preceitos e fundamentos litúrgicos da Umbanda, antes por exemplo, de se ver um médium de incorporação consultando, este deve estar capacitado e apto ao trabalho mediúnico, e estes fatores só terão êxito se houver juntado com a prática do desenvolvimento e o estudo, pois sem ele, não se conseguem princípios basilares para o trabalho mediúnico adequado.

Queda do Médium de Umbanda

Os médiuns na Umbanda e em outras correntes, também,Costumam cair ou baquear por três coisas:
a) Excesso de vaidade
b) Ambição pelo dinheiro fácil facultado pelo mau uso da Mediunidade
c) Sexo, ou seja, ligações amorosas nas dependências do terreiro, verificado mesmo, que muitos médiuns dentro do 1º e 2º caso, costumam voltar à linha justa, depois de convenientemente disciplinados pelos seus protetores. Para uns, apenas alguns trancos duros os consertam; para outros, faz-se necessários severos castigos etc, para se reintegrarem e finalmente receberem o perdão, visto terem deixado de lado tanta vaidade oca e prejudicial e tanta ambição pelo dinheiro fácil, “do santo”…
Porém, no 3º caso, o perdão - salvo condições excepcionalíssimas  é difícil, é raro… Quando, por via das condições excepcionais em que aconteceu o erro, alguns têm sido perdoados de conseqüências maiores, mas uma coisa é certa: - geralmente são abandonados pelos seus protetores, isto é “o caboclo, o preto-velho” não volta ao exercício mediúnico com eles - os médiuns que decaíram pelo sensualismo, pelo desrespeito às coisas espirituais de seus Terreiros ou de seus “congás” e, portanto, sagradas…
Não adianta a esses tais “médiuns-decaídos” quererem empurrar teimosamente, nos outros, “o seu caboclo, o seu preto-velho”…
Uma mancha negra persegue-os, não se apaga ninguém se esquece do caso e, no fundo, ninguém acredita neles e mesmo os de muita boas vontades acabam sempre duvidando de suas “mediunidades, de seus protetores etc”…
Sabemos que a maior regra, a maior força que existe para um médium segurar por toda sua vida terrena a proteção de suas entidades afins, é a sua conduta reta em todos os setores, é a sua MORAL, especialmente no seio familiar…
Allan Kardec - Livro dos Médiuns, fala sobre isso também, de outra forma.
Vejamos:
2ª Estará no esgotamento do fluido a causa da perda da mediunidade?
“Seja qual for a faculdade que o médium possua, ele nada pode sem o concurso simpático dos Espíritos. Quando nada mais obtém, nem sempre é porque lhe falta a faculdade; isso não raro se dá, porque os espíritos não mais “querem, ou podem servir-se dele.”
3ª Que é o que pode causar o abandono de um médium, por parte dos Espíritos?
“O que mais influi para que assim procedam aos bons Espíritos é o uso que o médium faz da sua faculdade. Podemos abandoná-lo, quando dela se serve para coisas frívolas, ou com propósitos ambiciosos; quando se nega a transmitir as nossas palavras, ou os fatos por nós produzidos, aos encarnados que para ele apelam, ou que têm necessidade de ver para se convencerem. Este dom de Deus não é concedido ao médium para seu deleite e, ainda menos, para satisfação de suas ambições, mas para o fim da sua melhora espiritual e para dar a conhecer aos homens a verdade. Se o Espírito verifica que o médium já não corresponde às suas vistas e já não aproveita das instruções nem dos conselhos que “lhe dá, afasta-se, em busca de um protegido mais digno.”
4ª A suspensão da faculdade não implica o afastamento dos Espíritos que habitualmente se comunicam?
“De modo algum. O médium se encontra então na situação de uma pessoa que perdesse temporariamente a vista, a qual, por isso, não deixaria de estar rodeada de seus amigos, embora impossibilitada de vê-los. Pode, portanto, o médium e até mesmo deve continuar a comunicar-se pelo pensamento com seus Espíritos familiares e persuadir-se de que é ouvido. Se for certo que a falta da mediunidade pode privá-lo das comunicações ostensivas com certos Espíritos, também certo é “que não o pode privar das comunicações morais.”
5ª Por que sinal se pode reconhecer a censura nesta interrupção?
“Interrogue o médium a sua consciência e inquira de si mesmo qual o uso que tem feito da sua faculdade, qual o bem que dela tem resultado para os outros, que proveito há tirado dos conselhos que se têm-lhe dado e terá a “resposta.”

VEJO TUDO... SERÁ QUE ESTOU INCORPORADO?                                        

Esse é o medo e a pergunta de todo médium que inicia sua caminhada na Umbanda é o fator da incorporação consciente.
A cada 10 médiuns 9 tem essa dúvida e insegurança no inicio de suas Incorporações.
Isso é muito comum de ouvirmos, esse tipo de dúvida sobre o transe, quem não teve esta duvida? Ou quem nunca ouviu esta pergunta?
Essa dúvida que assola a maioria dos terreiros a culpa é de grande parte dos dirigentes espirituais e dos médiuns de incorporação mais antigos que insistem em dizer que são totalmente inconscientes, talvez para valorizar sua mediunidade e não perderem a credibilidade ou com medo de serem tachados de mistificadores.
- Podemos nos acalmar! Há muito tempo sabemos que as entidades deixaram de usar a inconsciência como fator preponderante para um bom trabalho exercido através de seus médiuns, muito pelo contrario, hoje sabemos que 95% dos médiuns são totalmente conscientes, e 4% semi-conscientes.
A inconsciência completa hoje é rara nos médiuns, a minoria cerca de 1% dos médiuns a traz pelo dom mediúnico de nascença e não por necessidade espiritual dos Guias, e raramente irá ser revelada, justamente para não causar insegurança tão presente em nossa religião.
 PENSEMOS EM UM EXEMPLO:
Você Tem um Copo de Água, Adicione uma ou Duas Colheres de Açúcar , Dá ainda Para Identificar os Dois Elementos, Se Agitarmos Esses Dois Elementos Eles se Misturaram, Dando Assim Um Terceiro Elemento Inteiramente Modificado. Mas, Ainda Contendo os Outros Dois Elementos. – Assim Se Processa a Incorporação, A Mente do Médium Aliada a Energia Gerada Pela Entidade que se Aproxima, Unindo-se em Perfeita Harmonia e Com o Conhecimento de Ambos Fazem um Trabalho Mais Compacto e Correto. -Nunca Se Acanhe Em dizer que é Consciente, Pois ao Contrario a Persistência da inconsciência
Poderá Levá-lo a Falha dando Assim, Margens para Suspeitas de Mistificação.
MAIS UMA PROVA:
Os Médiuns Quando Incorporado Suas Entidades Possuem Alguns Trejeitos Vamos Usar o Caboclo Como Exemplo:
Caboclos Levam Uma Das Mãos para Traz Ou Fecham suas Mãos Estirando Um Dos Dedos Como se Fosse Uma Lança Ou Espada, Outros Mancam de uma Perna e Outros Gostam De Dançar, VOCÊ Médium Tente Impedir Um Desses Movimentos ou Vontades, Você estará Cometendo uma Falha Muito Grande de Intervenção, Má Terá a Prova da Reação da Entidade Não o Permitindo Corrigir a Postura ou Movimento.
 FINALIZANDO
Antigamente no Inicio Da Umbanda Havia a Necessidade Da inconsciência dos Médiuns, Muito era o Numero de Leigos E Descrentes, Muitos Curiosos de outras Seitas Testavam Nossos Médiuns de Forma Inconveniente, A Umbanda Sentia a Necessidade De Provar a que Veio, E Também por Causa De seus Médiuns que Sentiam Vergonha na Pronuncia, Nos Trejeitos e na Postura Das Entidades se Assustavam Com Estas Condições e que Por Conseqüência
Poderiam os Levar ao Afastamento de Suas Entidades e Obrigações Religiosas.
Hoje Graças ao Nosso Pai Oxalá, Nossos Orixás e Guias, E Com A Evolução Constante da Lei Todos nos Conhecemos as Capas Fluídicas que Nossas Entidades Faz de Uso, Não Havendo Assim Mais a Necessidade de Esconderem de seus Médiuns a Forma que se Apresentam.



Com o Espírito Incorporado
Sempre digo que o kardecismo é muito mais tolerante que a Umbanda. Na mesa um espírito incorpora, deixa uma linda mensagem de amor ou de advertência para os perigos mundanos sem a necessidade de dizer seu nome. Na umbanda, ele tem que incorporar no ponto de chamada, com a tipicidade da linha (caboclo, preto-velho ou criança), cumprir todas as ordens da hierarquia do terreiro, riscar o seu ponto individual, beber, fumar e dar seu nome, correndo o risco de, se não cumprir tudo, ser chamada a sua atenção.
Claro que tudo será feito com cautela e tempo de treinamento. Para chegar a isso, o médium passa uma dificuldade de saber o que fazer dentro do terreiro. Ele está incorporado com o Orixá, sentindo toda sua energia, mas ainda falta muito para dar o passo certo como cavalo bem domado, chegando mesmo em alguns momentos achar que o espírito se afastou, fato explicado pelo impulso mental do médium. Nessa parte quero chamar a atenção de um fato de grande importância. Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo, mas não tem o controle das palavras e dos gestos.
É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia. Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade. Voltando ao médium perdido no terreiro, o seu impulso inicial é procurar alguém para lhe dar um passe ou tocar em sua testa. Muitos dirigentes não gostam desse procedimento e inibem o espírito de fazer isso, o que é um erro porque, talvez até mais que o próprio dirigente, é o espírito quem quer o desenvolvimento de seu cavalo escolhido.
Recomendo para minha hierarquia deixar que isso aconteça, sem exageros, é claro. Com o decorrer do tempo esse médium ganha um charuto, cachimbo ou cigarro de palha, conforme a entidade, e é quando ele começa a se acalmar, até procurar um lugar para sentar. Daí para riscar o ponto é bem mais rápido. Quero anotar aqui, para conhecimento dos médiuns em desenvolvimento, alguns erros que atrapalham bastante a evolução da mediunidade: não procurar, sob nenhuma hipótese, tentar adivinhar o nome do espírito; não querer riscar o ponto sem antes estar bem assentado com a entidade; não tentar dar avisos e recomendações a ninguém; não ter ciúmes do espírito e não pensar que ele é seu, porque espírito não tem dono.
É comum o médium incorporado procurar um amigo seu para lhe dar um passe ou falar com ele, e isso não invalida a incorporação e não quer dizer que foi o médium que procurou e não o espírito, principalmente porque a entidade, sabendo das dificuldades de seu cavalo, tenta de todas as formas facilitar a incorporação. Alguém já me perguntou como o espírito sabe que a pessoa é amiga do médium. Respondi convicto: mais do que o guia, ninguém conhece tanto os amigos de seu protegido.
 É fundamental ao médium confiar nos dirigentes do terreiro. Incorporem que as pessoas responsáveis estão lhe cuidando. Eu, na primeira vez que fui ao terreiro da Umbanda, senti a incorporação e saí dando passes para o ar e quase caí dentro do Congá. Meu pai-de-santo carinhosamente ajudou-me a levantar e disse: "você não está na mesa kardecista, e sim em um Terreiro de Umbanda. Com o tempo você aprende". E eu tinha vinte e cinco anos de experiência, o que me fez responder ao pai-de-santo: "estou nas suas mãos, vou esquecer momentaneamente tudo que sei do espiritismo". E foi o que fiz, sem nenhum arrependimento. Fazia, sem questionar, tudo que o pai-de-santo mandava.
Na Umbanda, os médiuns mais comuns são os de incorporação e os de intuição".
Deveres do Médium
Dar de graça o que de graça recebeu, Sendo o Médium apenas um instrumento adstrito aos Guias, para que estes por seu intermédio orientem,
aconselhem os irmãos encarnados na trajetória da vida terrena, quando isso merecerem, é dever do Médium dar passes para amenizar sofrimentos, etc.,
2) Estar sempre a postos, no terreiro, nos dias e horas predeterminados pelos Guias Espirituais, que exigem assiduidade responsabilidade e pontualidade.
3) Abster-se de preocupações laboriosas ou de outra ordem, que possam ligar à matéria nos dias de trabalhos espirituais, e conservar o firme propósito de que vai para o terreiro cumprir a sublime missão de médium. Deve o médium Guardar preceito nos dias destinados as sessões.  Lembrem-se sempre de que sendo você um médium considerado "pronto" ou em desenvolvimento, é de sua conveniência tomar banhos de descargas ou propiciatório determinados por seu guia ou protetor, se for médium em desenvolvimento, procure saber quais os banhos e defumadores mais indicados, que poderá ser dado pela direção do terreiro.
4) Pensar sempre que é um soldado a serviço de Jesus, e como tal, esforçar-se por cumprir a Lei do Mestre:  Perdão, renúncia, humildade, caridade e amor ao próximo.
5) Ser resignado diante do sofrimento para dar exemplo de coragem para lutar e vencer; não transferir seus problemas terrenos para os Guias Espirituais, lembrando-se que estes podem orientar e ajudar o Médium no plano espiritual, dependendo tão somente do esforço de cada um, segundo nos disse Jesus:
Faze a tua parte que o céu te ajudará!
6) Zele por sua saúde física, com uma alimentação racional e equilibrada. Nos dias de trabalhos regulem a sua alimentação e faça tudo para se encaminhar a sessão espiritual, limpo de corpo e espírito.  Não abuse de carnes, fumo e outros excitantes, principalmente o álcool.
    Não se esqueça hipótese alguma, de que não se deve ter relações ou contatos carnais pelo menos 48 Hs Antes Das Giras****
   7)  Manter dentro e fora da Tenda, isto é, na sua vida espiritual ou religiosa particular, conduta irrepreensível, de modo a não suscitar críticas, pois qualquer deslize neste sentido irá refletir na sua Tenda e mesmo na Umbanda, de modo geral.
   8) Procurar instruir-se nos assuntos espirituais elevados, lendo livros indicados pela Direção Espiritual do Terreiro, bem como assistindo palestras nesse sentido.
   9) Não julgar que seu protetor ou sua entidade é o mais forte, o mais sabido, muito mais "tudo" que o do seus irmão, médium também.  A vaidade, o orgulho e o egoísmo cavam o Túmulo do médium.
   10)   Não viva querendo impor seus dons mediúnicos, contando, com insistência, os feitos de seus guias ou protetores. Lembre-se de que tudo isso     pode ser problemático e transitório e não esqueça de que você pode ser testado por outrem e toda essa conversa vaidosa ruir fragorosamente.
    11)   Dêem paz a seu protetor no astral, deixando de falar tanto no seu nome, isto é, vibrando constantemente nele. Assim, você está se fanatizando e "aborrecendo" a entidade. Fique certo de que, se ele, o seu protetor, tiver "ordens e direitos de trabalho" sobre você, poderá até discipliná-lo, cassando-lhe as ligações Mediúnicas e mesmo infringindo-lhe castigos materiais, orgânicos, financeiros, etc. Se você for desses que, além de tudo isso, ainda comete erros em nome de sua entidade protetora...
    12)   Quando for para a sua sessão, não vá aborrecido e quando chegar lá, não procure conversas fúteis. Recolha-se a seus pensamentos de paz, fé e caridade pura para com o próximo.
     13)   Não usem guias ou colares de qualquer natureza sem ordens comprovada de sua entidade protetora responsável direta.
     14)   Não se preocupem em saber o nome do seu guia ou protetor antes que ele julgue necessário e por seu próprio intermédio. É de toda conveniência também para você, não tentar reproduzir, de maneira alguma qualquer ponto riscado que tenha impressionado dessa ou daquela forma.
    15)   Não mantenha convivência com pessoas más, viciosas, maldizentes etc...      Isto é importante para o equilíbrio de sua aura e dos seus próprios pensamentos. Tolerar a ignorância não é compartilhar delas...
   16)   Acostume-se a fazer todo o bem que puder, sem visar as recompensas.
   17)   Tenha ânimo forte através de qualquer prova ou sofrimento.
         Aprenda a esperar e confiar...
         Aprendam lentamente a orar confiando em Jesus, o Regente do
Planeta Terra. Cumpra as ordens ou conselhos de seu Guia ou Protetor.
Ele é seu grande amigo e somente trabalha para a sua felicidade.
* PROCURAR DECORAR E CANTAR OS PONTOS DURANTE O RITUAL.
* ESTAR SEMPRE EM SINTONIA E ATENTO AO RITUAL.
* AUXILIAR SEMPRE NO QUE FOR NECESSÁRIO.
* PROCURAR PARTICIPAR E COMPREENDER O RITUAL.
* SER SEMPRE PONTUAL E NÃO FALTAR SEM NECESSIDADE.
* SEMPRE MANTER UM BOM RELACIONAMENTO COM SEUS IRMÃOS DE FÉ.
Fonte: Espiritismo na Umbanda – Livro do CEO.
Médium - Vigilância e Educação

A mediunidade não é sinal de santificação, nem representa característica divinatória.
È apenas um meio de entrar em contacto com as almas que viveram na Terra
Os médiuns se tornam mais responsáveis do que as demais pessoas, por possuírem a prova da sobrevivência que chega a todos por seu intermédio.
A educação da mediunidade possibilita a pessoa ser feliz pelo bem que pode realizar e pelo prazer de experimentar o bem que se recebe.
Todo indivíduo que, conscientemente ou não, capta a presença de seres espirituais é portador de mediunidade.
Ela surge em qualquer idade, posição social, denominação religiosa ou cepticismo no qual se encontre a pessoa.
Às vezes, quando do aparecimento da mediunidade, surgem distúrbios vários, sejam na área orgânica, através de desequilíbrios e doenças, ou mediante inquietações emocionais e psiquiátricas.
Não é a mediunidade que gera o distúrbio no organismo, mas a ação fluídica dos espíritos que favorece a distonia ou não.
Quando a ação espiritual é salutar, uma aura de paz e de bem estar envolve o médium.
O exercício correto da mediunidade não oferece nenhum perigo a quem quer que seja.
A mediunidade deixada ao abandono pode ser utilizada por entidades perversas ou levianas, que a perturbam, entorpecem ou a tornam um meio de desequilíbrio para o médium e quem o cerca.
Não é o médium, mas sim sua conduta que atrai espíritos bons ou maus.
A mediunidade deve ser exercida com devotamento e modéstia, objetivando a divulgação da verdade.
Não é um compromisso vulgar para exibicionismo barato ou promoção pessoal.
O conforto que proporciona é superior à capacidade de julgamento.
A esperança que faculta é maior que quaisquer palavras.
Os espíritos nobres não se submetem aos caprichos dos médiuns e das pessoas frívolas interessadas em jogos vazios do personalismo perturbador. Estas sintonizam-se com espíritos vulgares e irresponsáveis, que os levam a obsessões sutis a princípio, a caminho de lamentáveis processos irreversíveis e dolorosos.
O mau uso da mediunidade pode entorpecê-la ou até mesmo fazê-la desaparecer.
Educação das forças mediúnicas
Ter atividades na área da caridade ilumina o médium
A oração o fortalece, resguardando das influências prejudiciais, que existem em toda parte, pois dependem da conduta moral dos homens.
Cultivar o silêncio interior e o recolhimento. Eles aguçam as percepções parafísicas.
Vigilância deve se constituir em norma de segurança.
O trato com os espíritos impõe prudência, elevação moral, equilíbrio emocional.
A fé sincera, sem estardalhaço nem afetação, a entrega a Deus, com irrestrita confiança e ao seu guia espiritual contribuem para uma educação mediúnica exemplar.
Os médiuns responsáveis são conhecidos pelos seus silêncios e equilíbrio.
Não têm pressa em ganhar fama, nem dela necessitam.
Trabalham para um ideal que não remunera no mundo material.



terça-feira, 15 de maio de 2012

A importância da educação mediúnica

Mitos e Preconceitos
 “Desenvolver a mediunidade não significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em habilitar alguém a assumir conscientemente o Dom com o qual foi ungido. Ao contrário do que apregoam, mediunidade não é punição, e sim benção divina, concedida ao espírito no momento em que encarna.”
A educação mediúnica é de suma importância para quem realiza práticas magísticas ou religiosas de fundo espiritual, espiritualista ou espiritualizador.
Quando alguém adentrar pela primeira vez num templo de Umbanda, notará que os praticantes fazem certas saudações rituais de significado ou valor por eles desconhecidos. O comportamento exterior dos praticantes se altera, eles se tornam diferentes dentro do recinto consagrado às práticas religiosas.
Tudo isto faz parte de educação mediúnica e os comportamentos têm de estar afinizados com o que se realiza dentro de um espaço consagrado.
Mas até aqui, ainda estamos abordando aspectos exteriores da formação religiosa, pois ao nos voltarmos para o interior dela, deparamo-nos com a educação mediúnica. Para colocar o médium em sintonia com o mundo invisível, cria-se toda uma pré-disposição às manifestações espirituais e aos rituais magísticos.
A educação mediúnica é muito importante, pois só se reeducando internamente um médium alcança níveis vibratórios mentais e conscienciais que lhe facultam os níveis espirituais superiores a sintonização mental com seu mestre individual a neutralização de possíveis vícios antagônicos (fumo e álcool, utilizados nos trabalhos) com as práticas religiosas e a compreensão ou percepção do que está acontecendo à sua volta, mas que não está visível, assim como do que está acontecendo dentro de seu campo mediúnico. Quando bem educado mediunicamente, sua sensitividade é capaz de identificar presenças positivas ou negativas que adentram em seus limites vibratórios.
Aí temos em poucas linhas, um apanhado de como a boa educação mediúnica auxilia os praticantes ou médiuns.
Mitos
Os mitos sempre têm um pouco de verdade e um pouco de fantasia.
É comum dizer-se que quem desenvolve sua mediunidade torna-se mais capaz do que aquele que não a desenvolve. Isto é uma verdade somente se aquele que se desenvolveu mediunicamente também compreendeu os compromissos que assumiu. Mas é pura fantasia se ele nada entendeu sobre seus compromissos.  Uma vez que  adquiriu um poder relativo,  começa a se chocar com um poder absoluto, que é a Lei de Ação e Reação; assim, sua suposta superioridade logo o lança em um sensível abismo consciencial.
Portanto, quando o assunto é mediunidade, todo cuidado é pouco e toda precaução não é o suficiente, se não estiver presente uma forte dose de humildade e compreensão de que um médium não é um  fim em si mesmo, mas sim  tão somente um meio.
Preconceitos
Muitos são os preconceitos quanto à educação mediúnica. Muitas pessoas temem certas inverdades  divulgadas à solapa por desconhecedores das religiões espiritualistas.
Vamos a algumas colocações correntes que pululam no meio religioso:
a mediunidade é uma provação purgatória;
a mediunidade é uma punição cármica;
a mediunidade escraviza os médiuns;
a mediunidade limita o ser.
Comecemos por desmentir estas colocações negativas:
1 – mediunidade não é uma provação purgatória, mas sim uma provação Divina e um Dom que aflorou no ser que alcançou uma certa etapa evolutiva e assumiu um compromisso no plano astral antes de encarnar. Se bem desenvolvida, irá acelerar sua evolução espiritual;
2 – não é uma punição cármica, mas sim um ótimo recurso que a Lei nos facultou para nos harmonizarmos com nossas ligações ancestrais;
3 – não escraviza o médium, apenas exige dele uma conduta em acordo com o que esperam os espíritos que através dele atuam no plano material para socorrer os encarnados necessitados tanto de amparo espiritual quanto de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento;
4 – não limita o ser, pois é um sacerdócio. E, ou é entendida como tal ou de nada adianta alguém ser médium e não assumir conscientemente sua mediunidade;
Para concluir, podemos dizer que a mediunidade, por ser um Dom, tem de ser praticada com fé, amor e caridade. Só assim nos mostramos dignos do Senhor de Todos os Dons: nosso Divino Criador!
(texto extraído do livro “O Código de Umbanda”, pág. 589.)