quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ervas para Chás e Banhos


  As plantas tem a virtude de expelir todas as toxinas do nosso organismo, purificando-o e suprimindo a falta de certos elementos nutritivos. Não foi em vão que Deus criou a rica natureza com tão variada flora medicinal. E é nessa natureza que o homem encontra seu equilíbrio energético.
     O instinto animal está sempre presente na natureza. Mesmo os irracionais recorrem às plantas por questão de sobrevivência. Alguns animais, sentindo-se perturbados, recorrem à planta certa para roê-la ou comê-la, e assim curar seus males, sejam eles, fome ou doença. A finalidade dos banhos dentro da Umbanda é purificar, limpar e energizar. Nos banhos são utilizadas ervas, as quais, já têm sua eficiência comprovada pela ciência e são largamente utilizadas em forma de medicamentos pela indústria farmacêutica e de manipulação.
     Cada erva ou conjunto de ervas têm sua finalidade em relação a um ou mais tipos de problemas, doenças, e baixas energéticas. Não basta tomar o banho. Tem que se ter fé naquilo que se está fazendo, consciência de sua utilidade, finalidade e benesses.
     Não se toma um banho de ervas somente por se tomar. Deve haver um motivo e uma orientação.
Lembre-se, antes de qualquer procedimento, as ervas devem ser bem lavadas e se necessário secadas. Não utilize ervas que apresentem manchas ou que estejam doentes.
Deixe, sempre que possível, a água secar naturalmente. Assim, o seu corpo absorverá melhor as boas energias pelas plantas e ervas. Os banhos são pura magia verde. Portanto, use e abuse do incrível poder das ervas e plantas mágicas. Podemos então preparar um banho muito poderoso, usando as ervas e os ingredientes certos, aliados também à credibilidade dada a todo o universo mágico das plantas.

Identificação, Coleta e Armazenagem das Ervas:
Identificação: tudo começa com a identificação correta das espécies que se deseja utilizar. Deve-se tomar cuidado com a confusão causada pelo excesso de nomes vulgares, populares ou regionais.
Coleta: depois de saber qual planta será utilizada, há a necessidade de alguns cuidados na hora da colheita. Poderemos fazer uma coleta parcial (raiz, casca, semente, flor, folha, fruto) ou total (toda a planta). E ainda nunca esquecer de fazer as saudações necessárias (Ossae, Oxossi, Jurema), sempre com muito respeito.
Eis alguns cuidados para melhor uso das energias ou seiva da planta:
Madeira, casca e raízes colher fora do tempo de crescimento e circulação da seiva, geralmente no início do inverno;
Raiz, casca, flor e semente proporcionalmente, são geralmente mais concentradas, portanto mais fortes do que as folhas e a madeira. Logo, devem ser usadas em menor quantidade;
As flores devem ser coletadas quando estiverem bem abertas; As folhas ou plantas inteiras, devem ser coletadas no início da floração;
As sementes coletam-se depois de maduras e bem saudáveis, ou depois que  a planta estiver seca; As plantas perfumadas devem ser coletadas no final da tarde;
Cascas, raízes e óleos coletam-se em período não chuvoso;
Os frutos carnudos e secos só serão colhidos depois de maduros; Colher plantas adultas, limpas e saudáveis em locais limpos e sem contaminação; sempre colher pela manhã, após secar o orvalho, ou no final da tarde;
Colher em dias ensolarados para facilitar a secagem se necessário; Folhas e flores colher na lua cheia; Raízes na lua nova; sempre que for necessário secar isso deve ser feito a sombra e o local deve ser arejado.
Armazenagem: sempre manter em local seco arejado e protegido das crianças e animais domésticos.
Preparação:
1-Uso Interno.
Chás – fornecem substâncias terapêuticas, hidratam, estimulam, desintoxicam, controlam a temperatura e auxiliam na digestão. São três tipos:
Chá em maceração: mergulhar a erva em água (fervida ou filtrada), macerar, tapar bem o recipiente, deixar por horas, dias ou até semanas, depois coar e tomar.
Obs: é pela maceração que se processam garrafadas e óleos medicinais. Na maceração são extraídos os princípios ativos da planta, bem como sais minerais e vitaminas.
Chá em infusão: picar a erva, colocar num recipiente e derramar água fervente sobre elas. Tapar e deixar de 5 a 15 minutos, coar e tomar ainda quente.
Chá em decocção: picar a erva e acrescentar água fria, levar ao fogo por 5 a 10 minutos, coar e tomar ainda quente.
2- Uso Externo:
Banhos: todos nós temos ao redor do nosso corpo físico um campo eletromagnético, composto por corpos sutis, que se denomina aura. As auras das pessoas e dos lugares funcionam como antenas que recebem e enviam mensagens entre si, que são decodificadas através da nossa intuição.
     Quando passamos por situações estranhas, energias desequilibradas se agregam à nossa aura e permanecem lá por muito tempo provocando doenças. Quando tomamos um banho de ervas limpamos a nossa aura fazendo com que ela volte a funcionar normalmente e harmonizando os nossos chakras que são túneis por onde entram as energias no nosso corpo físico.
     Cada planta tem características próprias que interagem com as nossas energias provocando as mudanças necessárias. As ervas podem limpar, energizar, melhorar nossa auto-estima, tirar nosso cansaço, etc...
Banhos de ervas verdes: quando usamos ervas verdes, estas devem ser maceradas na água e nunca fervidas pois a energia e o sumo obtido podem ser evaporados.
Banhos de ervas secas: devemos misturar em água fria e levar ao fogo até ferver para que com o calor se desprenda a vitalidade da planta. Ou deixar ferver a água, quando estiver fervendo, apague o fogo e coloque as ervas dentro e tampe,para deixar em infusão (é o mais certo).
Obs: sempre que formos fazer um banho deve-se acender uma vela ao lado, para combinar energias e assim atingirmos o nosso objetivo.

Alguns Banhos Específicos:
Descarrego: quando nos  sentimos muito irritados ou extremamente desanimados;
Banho: arruda, guiné, casca de alho.
Abre caminho,: quando queremos mudar alguma coisa na nossa vida;
Banho: Erva abre caminho, levante, louro: tirar mágoas, quando não conseguimos nos livrar de uma tristeza.
Banho: folhas de colônia, malva, camomila – fraqueza: quando nos sentimos sem forças.
Banho: aniz estrelado, canela, erva doce – densidades acumuladas: quando sentimos dor nas costas.
Banho: costela de Adão, samambaia, sete sangrias – aumentar a auto-estima.
Banho: dandá da costa, malva, folha da costa – prosperidade.
Banho: alecrim, eucalipto, manjericão – defesa: proteção
Banho: espada de São Jorge, guiné, alecrim do camp

terça-feira, 26 de abril de 2011

Dia dos Orixás

SEGUNDA – FEIRA * Exu, Pomba Gira, Obaliuaie, Omulu, Pretos Velhos (Iorumá) e almas aflitas

TERÇA – FEIRA * Ogum, Boiadeiros e Baianos

QUARTA – FEIRA * Xangô e Iansâ

QUINTA – FEIRA * Oxossi, Caboclos e Caboclas

SEXTA – FEIRA * Oxalá, Almas Santas e Linha da Oriente liderada por São João Batista

SÁBADO * Iemanjá, Oxum, Nanã Buruke, Ondinas, Sereias, Caboclas, Iaras e Marinheiros

DOMINGO * Iori (Cosme e Damião), Crianças e Ibejadas

SAUDAÇÕES
Saravá Oxalá * Oxalá Meu Pai

Saravá Ogum * Ogum Iê Meu Pai

Saravá Xangô * Caô Cabecilê

Saravá Obaluaie * Atotô Obaluaiê

Saravá Oxossi * Okê Caboclo

Saravá Iemanjá * Odoceyá

Saravá Oxum * Aêê Mamãe Oxum

Saravá Iansã * Uepa hey Iansã

Saravá Nanã Buruke Saluba Nanã

Saravá Cabloco * Okê Cabloco

Saravá aos P.Velhos * Adorei as Almas

Saravá as Crianças * Beijada

Saravá Exu * Aruê Exú

Saravá Pomba Gira Aruê Exu Pomba Gira

Os Caboclos na Umbanda

Na Umbanda, o caboclo tornou-se um dos vértices do triângulo, pois a Umbanda estrutura-se teologicamente nos Caboclos, Pretos - Velhos e Crianças. O caboclo aí apresenta-se sob várias modalidades: Caboclos de pena, boiadeiros, baianos, marinheiros, ciganos, e outros de menor importância. Diferentemente do que acontece no Candomblé de angola, o caboclo na Umbanda é uma entidade, que, apesar de ligada a um orixá, trabalha independentemente deste, pois não é seu emissário direto como no Candomblé. Não é porta-voz do Orixá, tampouco traz recados ou recomendações do mesmo. Sua autonomia é de tal monta, que há filhos-de-santo de Umbanda, que se dizem filhos de Caboclo. Os caboclos de pena, os índios, usam às vezes um cocar colorido, às vezes nem isso, dependendo do grau de assimilação do terreiro ao catolicismo, fumam charuto, bebem vinho branco, falam um português arrevessado como se fossem índios, dão gritos como se estivessem na selva, e são especialistas em expulsar as doenças do corpo dos homens, através de baforadas de fumaça e de gestos com as mãos em torno do corpo do consulente. Seus nomes evocam tribos ou guerreiros já nomeados no romantismo, como por exemplo, Caboclo Tupinambá, Caboclo Tapuia, Cabocla Jurema, Cabocla Iracema, Cacique Pena Branca, Cacique Sete Flexas, e outros mais. Na Umbanda, há a presença de Caboclas, o que não acontece no Candomblé de rito Angola, onde não se cultuam entidades caboclas do sexo feminino.
Os demais caboclos, boiadeiros e baianos, falam o português com um forte acento regional nordestino, bebem, os primeiros cerveja, e os outros, aguardente de cana de açúcar com leite de coco, fumam cigarros de palha e são muito zombeteiros, engraçados, brigões, mulherengos e feiticeiros. São muito requisitados para desmanchar feitiços, arrumar marido para as solteironas, enviar malefícios para os outros. Os marinheiros chegam sempre mareados, cambaleando de um lado para o outro, falando muitos palavrões, sempre se referindo ao mar e ao mundo do marujo. Não existem mulheres marinheiras, nem boiadeiras, algumas baianas. Nos terreiros menos assimilados, vestem-se de boiadeiros, roupas, botas e chapéu de couro, os baianos vestem-se como os cangaceiros do nordeste (grupos de homens armados que atravessavam o sertão nordestino pilhando e saqueando as populações, desafiando o poder centralizado, sendo o mais importante deles o bando de Lampião, cujo chefe, Lampião, foi morto em 1934 e hoje, ele e sua mulher Maria Bonita, apresentam-se como entidades nos terreiros de Umbanda  e os marinheiros usam a roupa de marinheiro e bebem muita cachaça pura. Quanto aos ciganos, se apresentam como ciganos, e o maior número de entidades é constituído de mulheres, que falam um português meio espanholado, lêem a sorte dos consulentes, vestem-se como ciganas, muitas jóias e adereços, gostam de vinhos finos, tipo champagne, e são muito procuradas para resolver casos de magia amorosa.

O Caboclo na Umbanda e no Candomblé de Angola

No Brasil, o termo caboclo, inicialmente, designava o elemento oriundo do cruzamento de índio com europeu. Modernamente, o termo tomou outra abrangência, e passou a designar, de um certo modo, toda e qualquer realização brasileira, passando a ser um adjetivo de brasilidade. Em algumas regiões, e a nível popular, caboclo significa o homem do campo, analfabeto, atrasado, ignorante. Os imigrantes, italianos, ou alemães, na região Sul, usam o termo caboclo no sentido pejorativo, como definidor do caráter brasileiro, de acomodação, pobreza e preguiça.
É na Umbanda e no Candomblé de rito Angola (complexo Jeje-nagô) que vamos encontrar a figura do Caboclo, com o sentido de elemento genuinamente brasileiro, uma entidade com larga penetração nas massa populares, desempenhando o papel de conselheiro espiritual, além de curador e auxiliador nos problemas do cotidiano.
Há duas espécies principais de Caboclos. O Caboclo de Pena, que se apresenta com nomes indígenas e paramenta-se como tal, e há os Caboclos boiadeiros, que se apresentam como antigos vaqueiros do sertão, tangedores de gado, valentes e bravios, vestidos de roupas de couro, botas, chapéus de abas largas.
A sociedade brasileira, dada sua formação étnica, tem o índio como um dos elementos basilares e tem, ideologicamente, convivido mal com essa herança. Como outros países colonizados, o Brasil também encontra muitas dificuldades em conviver com sua própria identidade mestiça, sendo o ideal de cultura para o brasileiro médio de todos os tempos a aproximação com os países metropolitanos, no intuito de abeberar-se inteiramente da cultura desses povos, considerados mais civilizados, mais puros etnicamente, e conseqüentemente mais preparados para enfrentar o futuro.

Quimbanda - conheça mais um pouco

Pai de terreiro do culto banto: ao mesmo tempo médico, feiticeiro e adivinho.
Em Angola:, adivinho ou médico indígena de Benguela.
Terreiro: em que se pratica macumba.
Seita religiosa brasileira de origem africana. No Brasil, tomou o significado de magia negra, em oposição à umbanda, que representa as forças da magia branca.
      
       Na estrutura interna, a quimbanda e a umbanda são muito parecidas, sendo que a quimbanda conservou o aspecto mais original da religião africana e voltou-se mais para os mitos de terror dos folclores pagão e ameríndio. A quimbanda também não procurou adaptar-se à mitologia do catolicismo, como o candomblé.
        A natureza específica da quimbanda é muito ambígua, pois há casos de prática de quimbanda em terreiros de umbanda, por pequenos grupos.
         REGISTRA A GRAMÁTICA DE KIBUNGO, DO PROFESSOR JOSÉ L. QUINTÃO, PÁGINA 107:
UMBANDA ARTE DE CURAR
QUIMBANDA QUER DIZER O CURANDEIRO.
        VAMOS OBSERVAR TAMBÉM AS VÁRIAS DEFINIÇÕES DE QUIMBANDA OU KIMBANDA.
        QUIMBANDA TEM SUA FONTE DE ORIGEM NO QUIMBUNDO. QUE É UMA MISTURA DE DIALETOS AFRICANOS, CRIADO PELO GOVERNO PARA SER ENSINADO NAS ESCOLAS DAS COLÔNIAS PORTUGUESAS, AFIM DE QUE TODOS ANGOLENSES SE ENTENDESSEM ENTRE SI NAS REGIÕES TRIBAIS DE ANGOLA E MOÇAMBIQUE.

        BASEADO NESTA ESTRUTURA VEJAMOS:

QUIM OU KIM, QUER DIZER EM LINGUAGEM AFRICANA, MÉDICO OU GRÃO-SACERDOTE DOS CULTOS BANTOS. 
BANDA QUER DIZER LUGAR OU CIDADE.
        RESUMINDO, CHEGAMOS À CONCLUSÃO DE QUE EM NOSSO IDIOMA, QUIMBANDEIRO QUER DIZER GRÃO-SACERDOTE DOS CULTOS BANTOS, VINDOS DE ANGOLA, MOÇAMBIQUE E BENGUELA.
        QUIMBANDA = CURANDEIRO-ADIVINHO, NECROMANTE, EXORCISTA, MAGO. POR EXTENSÃO: MÉDICO, BENZEDEIRO. TODO AQUELE QUE BUSCA A ANUNCIAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS FATOS, ATRAVÉS DOS MAIS VARIADOS PROCESSOS.
        O QUIMBANDADEIRO TRATA AS ENFERMIDADES DIAGNOSTICADAS POR ADIVINHAÇÃO, DEBELA OS AZARES, RESTABELECE A HARMONIA CONJUGAL OU PROVOCA A INIMIZADE, CONCEDE PODERES PARA O DOMÍNIO DO AMOR OU PARA A ANULAÇÃO DE DEMANDAS.          
        BUSCA A CURA, NAS MATAS OU CAMPOS, CACHOEIRAS, MARES, ENFIM NOS ELEMENTOS DA NATUREZA, AONDE VAI EM BUSCA DE PLANTAS MEDICINAIS.
 A Quimbanda, também conhecida pelos leigos como macumba, é uma ramificação da umbanda que pratica a magia negra. Embora cultuem os mesmos Orixás e as mesmas entidades, se sirvam das mesmas indumentárias, e tenham em seus terreiros semelhanças muito marcantes tais como a presença de gongá repleto de imagens dos santos católicos simbolizando os orixás, caboclos e pretos velhos, existem entre as duas religiões diferenças fundamentais e decisivas. Uma delas é que na Quimbanda são realizados despachos com animais como galos e galinhas pretas por exemplo, pólvora, objetos da pessoa a quem se quer prejudicar, dentes, unhas ou cabelo de pessoas ou animais. Estes despachos costumam-se realizar à meia-noite em locais como encruzilhadas e cemitérios.
        Outra prática bastante freqüente que também se encontra presente no vodu haitiano sob o nome de paket é o envultamento.Este, diz respeito à construção de um boneco de pano ou qualquer outro material, desde que pertencente à pessoa a quem quer se prejudicar, e a seguir alfinetes ou pregos são utilizados para transpassar o corpo da imagem.
        Os quimbandeiros têm como ponto principal de seu culto a invocação de Exus que na Quimbanda são considerados espíritos das trevas, uns já em estado de evolução, e outros, denominados quiumbas, espíritos atrasadíssimos e que por isso também são chamados obsessores. Existem muitos Exus:
Exu das Almas, 
Exu Caveira, 
Exu das Matas, 
Exu Tranca Rua. 
Existem de igual forma, Exus femininos, como é o caso de
Maria Padilha, 
Pombagira Mulambo, 
Cigana, 
entre outras.
        Uma das práticas mais conhecidas da Quimbanda é a Gira dos Exus, ou Enjira dos Exus, cerimônia realizada, via de regra à meia noite, na qual diversos Exus incorporam nos médiuns e passam a dançar, beber, fumar, utilizando-se de uma linguagem bastante grosseira.

O que é Quimbanda / Kimbanda?
     
        A Quimbanda ou Kimbanda não é simplesmente mais uma das linhas existentes dentro dos cultos afro-brasileiros, suas influências não são somente Bantu, Nagô e Yorubá, também abrangem em larga escala vários aspectos da Religião Indígena, Católica,  o Espiritismo moderno, a alquimia, o estudo da natureza fundamental da realidade e Correntes Orientais.
        é importante lembrar que o sincretismo entre Exu e o Diabo existe, salvaguardando várias confusões ao verificar que atualmente muitas pessoas pensam que a Quimbanda é um culto satanista, tendo aquele sentimento de dualidade aonde as pessoas vêem o_bem_e_o_mal em uma luta eterna confundindo a figura do Diabo com tudo de ruim sem lembrar que Ele já teve seu martírio e foi vencido por Deus que é Quem determina o espectro e a liberdade de suas ações desde o princípio dos tempos...
        Assim como há as sete linhas que regem e organizam as forças existentes dentro da Umbanda, dentro da Quimbanda o mesmo acontece e processa, pois como se sabe, "tudo que há em cima, há em baixo."
1ª Linha - Linha Malei - Chefe - Exu Rei, é composta por 7 falanges, cada qual com seu chefe, e seus sete respectivos subordinados.
1 - Exu Rei das Sete Encruzilhadas
2 - Exu Marabô
3 - Exu Mangueira
4 - Exu Tranca Ruas das Almas
5 - Exu Tiriri
6 - Exu Veludo
7 - Exu dos Rios ou Campinas 
        Pomba Gira - Pomba Gira Rainha das Sete Encruzilhadas
 2ª Linha - Linha das Almas - Chefe - Omulu, encontra-se nesta linha espíritos vulgarmente conhecidos como omulus.
1- Exu Mirim
2- Exu Pimenta
3- Exu 7 Montanhas
4- Exu Ganga
5- Exu Kaminaloá
6- Exu Malê
7- Exu Quirombô
  Pomba Gira - Pomba Gira das Almas
 3ª Linha - Linha do Cemitério ou dos Caveiras - Chefe - Exu Caveira
1- Exu Tatá Caveira
2- Exu Brasa
3- Exu Pemba
4- Exu do Lodo
5- Exu Carangola
6- Exu Arranca Toco
7- Exu Pagão
Pomba Gira - Pomba Gira Rainha dos Cemitérios
 4ª Linha - Linha Nagô - Chefe - Exu Gererê
 Exu Quebra Galho
2- Exu 7 Cruzes
3- Exu Gira Mundo
4- Exu dos Cemitérios
5- Exu da Capa Preta
6- Exu Curador
7- Exu Ganga
Pomba Gira- Pomba Gira Maria Padilha
5ª Linha - Linha de Mossorubi - Chefe - Kaminaloá
1- Exu dos Ventos
2- Exu dos Morcego
3- Exu 7 Portas
4- Exu Tranca Tudo
5- Exu Marabá
6- Exu 7 Sombras
7- Exu Calunga
Pomba Gira - Pomba Gira Maria Molambo
 6ª Linha - Linha dos Caboclos Quimbandeiros - Chefe - Exu Pantera Negra
1- Exu 7 Cachoeiras
2- Exu Tronqueira
3- Exu 7 Poeiras
4- Exu da Matas
5- Exu 7 Pedras
6- Exu do Cheiro
7- Exu Pedra Negra
Pomba Gira - Pomba Gira da Figueira
 7ª Linha - Linha Mista - Chefe - Exu dos Rios ou Campinas.
Sendo esta Linha composta por Kiumbas, é esta apenas regida pelo Exu dos Rios ou Campinas, tendo como polo passivo da linha, Pomba Gira, ou seja todas as Pomba Giras.

 A quimbanda também é de origem banto, fazendo parte do complexo congo-angola. A origem do nome é da língua banto kibundo e significa curandeiro, adivinho, aquele que tem o poder de lidar com os espíritos bons e ruins. No Brasil, o termo tomou outra semântica e passou a significar aquela parte do culto da umbanda que trabalha exclusivamente com os Exus e outros espíritos considerados trevosos, já por influência kardecista, como vimos acontecer na Umbanda. Não sabemos da existência de nenhum templo de Quimbanda pura, mas todo templo de Umbanda traçada, ou da Umbanda mais africanizada, tem seus momentos de pura Quimbanda. Há um ditado na Umbanda que diz: Umbanda sem Quimbanda não existe. Nas cerimônias de Quimbanda, só entram em transe médiuns que recebem Exu, Pomba-Gira (Exu mulher) ou espíritos de Preto-Velho, ou Caboclo ligados de alguma forma aos Exus. É abundante o uso de pólvora, cigarros e charutos, assim como o sacrifício de animais, principalmente os de cores pretas. Segundo os próprios Umbandistas, há malefícios ou feitiços que só podem ser desmanchados por uma espírito de Quimbanda, onde como Caboclos, aparecem figuras da história não oficial brasileira, como os famosos bandidos de várias épocas, prostitutas famosas, ciganos e escravos rebelados. A quimbanda dá conta de uma sociedade marginalizada e conta uma história não oficializada.

domingo, 24 de abril de 2011

O Ato de Bater a Cabeça


O ato de bater cabeça, talvez seja a parte da ritualística umbandista cuja simbologia esteja no inconsciente coletivo da humanidade desde o princípio dos tempos.
O ato de bater a cabeça no Congá é encontrado, praticamente, em todas as religiões e foi trazido para alguns protocolos do mundano tendo em vista que em muitas sociedades os seus soberanos eram tidos como representantes terrenos da divindade.
Seu significado pode ser interpretado como (reconhecimento da) submissão do ser humano diante da onipotência da deidade, muitas vezes representada através de fenômenos da Natureza. Ou seja, a aceitação de nossas limitações diante daquilo que não podemos controlar. Trata-se, portanto, de um sinal de respeito e de entrega.
Também pode ser entendido como representação de humildade, bem como uma forma de agradecimento (p.e., à Mãe-Terra que, através de seus mistérios, nos dá tudo o que nos sustenta e mantém).
Pode-se, então, dizer que na Umbanda bater cabeça significa respeito pela deidade, orixás, guias e entidades que são representadas tanto pelo congá ou congar, como por pontos de força ou energia (a tronqueira e os atabaques), e ainda nas figuras dos sacerdotes e sacerdotisas ou mais velhos na religião.
A ritualística pode variar de terreiro para terreiro, função de doutrina e fundamentos próprios
Umbanda Branca e/ou de Mesa –
Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinária se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas como fonte doutrinária;
QUIMBANDA TRATA AS ENFERMIDADES DIAGNOSTICADAS POR ADIVINHAÇÃO, DEBELA OS AZARES, RESTABELECE A HARMONIA CONJUGAL OU PROVOCA A INIMIZADE, CONCEDE PODERES PARA O DOMÍNIO DO AMOR OU PARA A ANULAÇÃO DE DEMANDAS.
Os quimbandeiros têm como ponto principal de seu culto a invocação de Exus que na Quimbanda são considerados espíritos das trevas, uns já em estado de evolução, e outros, denominados quiumbas, espíritos atrasadíssimos e que por isso também são chamados obsessores. Existem muitos Exus:
Assim como há as sete linhas que regem e organizam as forças existentes dentro da Umbanda, dentro da Quimbanda o mesmo acontece e processa, pois como se sabe, "tudo que há em cima, há em baixo."

Os deuses e o zodíaco
FOGO - Ogum, Iansã e Xangô.
AR - Oxumaré, Logum Edé e Exú
ÁGUA - Oxum, Obá, Nanã e Iemanjá.
TERRA - Oxóssi, Ossâim, Euá, Oxalá, Iroko e Omulu ou Obaluaê.

OXUM
Rege TOURO e LIBRA. É orixá da fertilidade e da riqueza, símbolo também da sexualidade e por isso mesmo está associado ao signo de Touro. É ainda vaidoso, diplomata, tem muita ambição social, o que o aproxima das características impressas pelo signo de Libra. Corresponde a Vênus. É associada a diversas Nossas Senhoras.
OBALUAÊ
Rege Escorpião e Capricórnio – É o orixá das mortes e das doenças. Insondável, tem grande forma mental e é vingativo, peculiaridades de Escorpião. Por vezes, porém, é austero e melancólico. Tem problemas de pele e de ossos – coisas típicas dos capricornianos. Corresponde a Saturno. É associado a São Lázaro.
OSSÂIM
Rege Virgem e Gêmeos – É o orixá das ervas medicinais e está intimamente ligado à natureza. É crítico, meticuloso, sensível, o que o aproxima do signo de Virgem. Mas é também mutável, inquieto, irônico e super nventivo – qualidades de Gêmeos. Corresponde a Mercúrio. Está associado a São Benedito.
XANGÔ
Rege Leão e Sagitário – Autoritário, dominador, é um líder nato, um guerreiro difícil de ser derrotado, características dos nativos de Leão. Simboliza ainda a lei e a justiça. É sociável e aproveita o melhor da vida, o que o associa ao signo de Sagitário. Corresponde a Júpiter. É associado a São Jerônimo.
IEMANJÁ e NANÃ
Regem Câncer. São os orixás maternos. Protegem, dominam e amam seus filhos a toda prova. Iemanjá é fértil, sensual e muito preguiçosa. Nanã é a avó, que gosta de ser adulada, é cheia de dengo e de mágoas. Um perfeito retrato de Câncer. Correspondem à Lua. Nanã é associada a Sant’Ana; Iemanjá é associada a diversas Nossas Senhoras.
OXÓSSI
Rege Virgem, Capricórnio e Aquário – É o protetor das matas. Tem o espírito matemático e o humor instável de um virginiano. Mas é também bastante sério e responsável – coisas dos capricornianos. E apresenta ainda todo o exotismo e a originalidade de Aquário. Corresponde a Saturno e Mercúrio. É associado a São Jorge e a São Sebastião.
OGUM
Rege Áries. É o orixá da guerra, que luta por sua liberdade e independência. Ativo, está sempre procurando alguma coisa para fazer ou alguém para brincar. É um tanto egoísta, instável e emotivo ao extremo – chega a ser briguento. Por tudo isso, está ligado ao signo de Áries. Corresponde a Marte. É associado a São Jorge e a Santo Antonio.
IANSÃ
Rege Leão, Sagitário e Aquário. Senhora dos ventos, é alegre, sociável, mas temperamental, como os leoninos. É aventureira, impulsiva, atrevida, diz o que quer e quando quer, e assim parece-se com Sagitário. Mas tem também o desprendimento de Aquário. Corresponde a Urano e Júpiter. É associada a Santa Bárbara.

OXUMARÉ e LOGUM-EDÉ
Regem Gêmeos. São orixás bissexuais. Oxumaré é o arco-íris e seu temperamento é instável, varia de acordo com as circunstâncias. Logum-Edé é bom negociante, astuto, nem sempre honesto. Essas qualidades os aproximam do Signo de Gêmeos. Correspondem a Mercúrio. Oxumaré é associado a São Bartolomeu e Logum-Edé é associado a São Miguel Arcanjo e a São Expedito.
EXÚ
Rege Gêmeos e Escorpião. É um orixá comunicativo, brincalhão, cheio de truques – facetas encontradas nos nativos de Gêmeos. Mas é violento e associado à energia sexual. Possui algo que fascina e ao mesmo tempo repele, característica dos escorpianos. Corresponde ao planeta Plutão. É associado ao demônio cristão.
OXALÁ
Rege Capricórnio, Peixes e Touro. É o grande pai, o pilar da família e da sociedade. Nisso, assemelha-se a Capricórnio. É um sábio, um curandeiro. É sensível à bebida e a outros vícios, o que o liga a Peixes. Sua analogia com Touro vem de sua sensualidade. Corresponde a Vênus e Saturno. É associado a Jesus Cristo e ao Senhor do Bonfim.
OBÁ
Rege Escorpião e Touro. É o orixá das angústias, do sofrimento e da desilusão amorosa, mas também do espírito de luta, o que lembra Escorpião. Suas outras características o associam ao signo de Touro: é bom companheiro, superleal, e, às vezes, age com ingenuidade. Corresponde a Saturno É associado a Joana D"Arc.
EUÁ
Rege Virgem – É o orixá que representa a faixa branco do arco-íris. É uma deusa guerreira que representa a parte feminina de Oxumaré: é metade mulher e metade cobra. Mantém analogia com a pureza e a castidade. É ainda cismado, um crítico feroz dos outros e de si mesmo, o que o relaciona com o signo de Virgem. Mas é também um guerreiro nato e, por essa razão, corresponde ao planeta Marte. Desconheço associação com Santo Católico.
IROKO
Rege Touro, Aquário e Libra – É o orixá da obstinação e dos desejos materiais – qualidades dos nativos de Touro. Sua relação com Aquário vem de seu individualismo, do seu desinteresse pelos problemas alheios. É ainda associado ao signo de Libre, pela sua versatilidade. Corresponde a Vênus. Desconheço associação com Santo Católico.
 Robson Sciola


Joelhos ao Chão



Gero Maita

Dentro das várias ritualísticas que se desenvolvem nos terreiros de Umbanda, é comum vermos principalmente no início e término dos trabalhos espirituais o corpo mediúnico com os joelhos no chão. Alguns vêem esta postura como arcaica e sem sentido, porém nunca se deram ao trabalho de analisarem detidamente tal comportamento. É de conhecimento geral que as primeiras religiões do globo terrestre já inseriam em seus rituais o Ajoelhar , exteriorização de respeito junto ao Criador e também manifestação de humildade que todos devem ter, seja para com o Divino, seja para com o próximo. Da mesma forma, o ato de postar-se de joelho fazia e faz ver aos fiéis que assistiam ou assistem uma manifestação de religiosidade, a seriedade, o respeito e a simplicidade do sacerdote, frente ao plano espiritual superior. A implantação do ajoelhar-se tem como finalidades mostrar a Deus todo o nosso carinho, obediência, respeito e amor e o quanto somos pequeninos diante do universo criado por Ele; e para passar à assistência que aquele espaço de caridade tem a exata noção do papel que desempenha como instrumento de trabalho dos bons espíritos. Infelizmente, é do conhecimento de todos que, ao lado de criaturas humildes, simples, meigas e caridosas que estão sempre dispostas a dar seu suor à Umbanda, existem outras tantas orgulhosas, vaidosas, "auto-suficientes" , que procuram a todo custo imporem-se aos demais, maximizando suas "qualidades" e minimizando as virtudes alheias. Ostentam falsas conquistas, querendo submeter todos a seus caprichos. Contudo, nada mais doloroso e incômodo para estas pessoas do que ficar em posição de subserviência, de aparente inferioridade. Tal postura lhes sangra a alma e lhes oprime o pétreo coração. Suas visões ofuscadas não conseguem enxergar que tal rito é para seu próprio bem, para sua própria libertação dos sentimentos mesquinhos e posterior elevação espiritual, pois auxilia na quebra da vaidade e da soberba. Alguns até podem dizer que ao postar-se de joelhos, o médium pode ter em mente pensamentos diametralmente opostos àquela posição. Mas aí, meus irmãos, é que termina a tarefa dos encarnados e inicia-se o processo de assepsia e lapidação dos arrogantes e vaidosos, levados a efeito pelos amigos de Aruanda , e assim, dando luz a estas pessoas e reconduzindo- as ao rebanho Divino.

Joelhos ao chão sim !!!!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Um Planejamento para Realizar sua Felicidade

Meus filhos costumam presumir que as pessoas realizadas, felizes ou com sucesso na vida já nascem assim, prontas. Mas há grande engano nessa forma de pensar. Ninguém no mundo nasce pronto ou realizado. Tudo o que somos ou possuímos é resultado de trabalho e empenho, mesmo que ninguém saiba de nosso investimento individual ou esforço permanente.
Outros, ainda, julgam que as pessoas infelizes são predestinadas à infelicidade ou que, então, já nascem assim. É outro engano.
Os que são classificados como felizes em seus empreendimentos, meu filho, são indivíduos que se permitiram viver vitoriosamente. Adotaram determinada forma de ver a vida, e suas atitudes apenas intensificam e reafirmam seu estado de espírito. A vitória, sob todos os aspectos, é um estado de espírito, que pode ser cultivado, incentivado, mas jamais creditado na conta de quem não se esforçou.
Situação equivalente ocorre com aqueles que se sentem derrotados pela vida ou com aqueles cujos investimentos de qualquer espécie não correspondem àquilo que geralmente designariam como vitória ou sucesso. Essas pessoas, meu filho, vivem um estado íntimo de pura derrota; procuram em todas as coisas boas um motivo frustrante ou uma característica negativa. Não acreditam em si. Caso ousem empreender algo, já o realizam com dúvida, de modo que começam derrotadas pelas próprias crenças. As atitudes de quem vive assim apenas confirmam um estado de espírito preexistente, que, por sua vez, é reforçado com sucessivos fracassos. São formas de agir que gradativamente boicotam o próprio ser, pois fazem realçar o quadro mental pessimista, negativo ou de derrota íntima.
Para que qualquer negócio dê certo é preciso planejamento; é essencial traçar uma estratégia que permita a concretização das etapas, uma a uma. E lembre, meu filho: qualquer projeto que você empreender em sua vida é como fazer um negócio ou vender uma idéia. Porém, caso não venha acompanhado de um plano bem elaborado, não há como dar certo. Trabalhar por trabalhar, erraticamente, não traz sucesso a ninguém.
Passe a observar: aquelas pessoas que você admira, dotadas de sucesso profissional, financeiro ou espiritual, planejam suas ações de forma minuciosa e desenham uma estratégia para concretizar seu planejamento. Mesmo a vida espiritual ou emocional de meu filho requer um plano de ação; do contrário, você ficará à deriva, indefinidamente.
Vamos analisar um exemplo. Quando Deus Nosso Senhor fez o mundo, houve um divino planejamento. Se reparar bem, todas as coisas no universo guardam em si certo mapa de ação, que qualquer observador atento poderá descobrir. Os átomos, como a ciência de meus filhos sabe hoje, têm a mesma configuração dos astros que voluteiam no espaço – ou seja, tal a realidade dos mundos no espaço, tal a realidade das coisas simples e pequenas da Terra. Isso mostra a existência de um plano diretor, de uma estratégia utilizada pelo Criador para a realização da vida no palco do universo. Do ponto de vista mitológico, esse sentido de organização está também registrado nas histórias das mais diversas culturas, inclusive no mito judaico-cristão de Adão e Eva. Ao descrever a criação do mundo em sete dias, seis de trabalho e um de repouso, pode-se entender que o Gênesis quis transmitir que a tarefa foi dividida em etapas. Note-se ainda que a sucessão de eventos obedece a uma sequência coerente e a um planejamento – iniciando pela criação dos céus e da terra, logo a seguir, da luz, e assim por diante -, seguido por avaliações periódicas, que ajudam a estabelecer os passos seguintes. “E viu Deus que isso era bom” (Gn 1:18) é uma sentença repetida algumas vezes. Vale a pena reler o mito bíblico buscando o sentido espiritual oculto em suas linhas.
Que podemos extrair disso tudo, meu filho? Sem dúvida, o mundo à nossa volta deixa patente que há necessidade de se fazer um planejamento e de se ter uma estratégia para alcançar qualquer objetivo que seja. Por que motivo seria diferente com você, que está procurando realizar sua felicidade?
Nego-velho quer dizer que planejar significa organizar as idéias, definir o que você deseja da vida e deixar muito claro para si mesmo o que pretende em sua busca pelo sucesso ou pela vitória. Isso vale para tudo o que você tem em mente, tanto com relação à vida espiritual quanto com relação aos aspectos materiais e emocionais de sua existência. A estratégia, por outro lado, refere-se à maneira como você realizará aquilo que planejou. Não se pode simplesmente ir trabalhando, investindo na vida de maneira não planejada ou desorganizada. Quem semeia desordem colhe infelicidade e complicações.
Assim que meu filho traçar seu planejamento, ou seja, organizar as idéias, administrar as possibilidades e definir cada passo, já pode começar a dar vida aos detalhes. Um sábio da antiguidade certa vez afirmou que é preciso nadar a favor da correnteza do rio da vida, e não contra ela. Algumas pessoas insistem em dar braçadas no sentido contrário ao das correntes, empreendendo um esforço assustador e improdutivo. Depois reclamam da vida, dizendo que ela não lhes deu a chance que ofereceu a outros.
É essencial, meu filho, que você peça a Deus sabedoria para perceber em que sentido fluem as águas da vida, da felicidade. Não adianta você praguejar insatisfeito enquanto se debate contra a corrente. Haverá somente desgaste de suas forças. Comece a nadar no sentido da vida e descubra a correnteza de sua felicidade particular.
Com um pouco de observação e meditação, você poderá descobrir em que direção sua vida apresenta facilidades e assim perceber os talentos depositados em você e diante de você. Depois, meu filho, basta investir numa estratégia para realçar aquilo de bom que sabe fazer, realizar com satisfação e qualidade o que for possível e então colher os frutos do empreendimento. Diante de qualquer coisa na vida temos de aprender a descobrir o sentido dessas correntes de felicidade, êxito e plenitude.
No tocante ao aspecto espiritual, meu filho, por que você se inquieta procurando ser algo, se não foi programado para isso pela providência divina? Isso é nadar contra as correntes da harmonia! Reconheça em você aquilo que sabe fazer, distinguindo suas habilidades, mesmo que sejam aparentemente simples e triviais. Trabalhe, invista e dedique-se às coisas com as quais você tem afinidade e que domina, com o máximo de satisfação e qualidade. Realce os aspectos positivos e excelentes de seu talento espiritual e deixe de querer ser aquilo que, pelo menos neste momento, não foi chamado a ser. Cada peça e todas juntas desempenhando corretamente sua função são importantes ao bom funcionamento da engrenagem. Quando você atentar para essa realidade verificará que as coisas serão mais fáceis, e a realização espiritual será algo comum em sua intimidade.
Ninguém foi chamado a fazer o trabalho de outro. Somos convocados levando-se em conta o divino planejamento para nossa realidade espiritual. Desse modo, trabalhemos os talentos que possuímos e deixemos que a existência nos retribua na medida exata de nosso investimento, pois as leis da vida são assim: promovem a repercussão de toda ação que realizamos, retornando para nós as excelências que semeamos por aí em forma de satisfação e felicidade.
Contudo, se alguém está colhendo das sementeiras da vida algo que não está de acordo com sua idéia de felicidade, ou se porventura não está satisfeito com os resultados de seu investimento, seja ele espiritual, financeiro ou social, algo está errado – e não é com a vida nem com Deus, que não são responsáveis por nossa infelicidade. Não adianta culpar os outros, a conjuntura socioeconômica ou determinada situação; é inútil tentar encontrar fora de você algo ou alguém que esteja dificultando seu sucesso ou felicidade. Uma vez que as leis do universo não se enganam na administração dos recursos da providência divina, é imperioso admitir que estamos agindo de forma inconveniente ou não planejamos de forma sábia nosso investimento pessoal. Portanto, o erro está na estratégia empregada ou na falta de planejamento, o que faz com que você nade contra a correnteza do rio da vida. Pode ser que esteja investindo num objetivo que, por ora, não está a seu alcance, desprezando assim os talentos pessoais; ou possivelmente a hora seja de modificar as coisas, inovar, ter a coragem de mudar. Mas nada, absolutamente nada nem ninguém é capaz de impedir que colhamos os frutos daquilo que semeamos. Por conseguinte, meu filho, se estamos colhendo algo que não nos agrada, é porque a semeadura que fizemos foi compatível com a falta de satisfação que encontramos. Não se colhem frutos onde foram semeados espinhos. A colheita é sempre obrigatória para todos, independentemente de nossa revolta ou insubordinação à lei que rege os nossos destinos. Não perca suas energias em busca de culpados por sua infelicidade; isso não resolve nada, e você acaba por perder mais tempo.
É freqüente ver pessoas boas que se dão mal na vida conjecturando que alguém está a boicotar sua felicidade ou que algo lhes acontece para impedir que sejam vitoriosas. Reagem a esse pensamento com revolta ou então com o famoso bordão “O que foi que eu fiz para merecer isso?”, que reflete autocomiseração. Avalie bem, meu filho! Jogar a culpa sobre os outros é algo que há milhares de anos os homens têm feito; tornaram-se especialistas nisso. No entanto, nenhum deles alcançou a felicidade ou a satisfação adotando esse comportamento. Em vez disso, ficaram presos num círculo vicioso de culpa, sentimento de traição e busca de um bode expiatório para despejar sua insatisfação. Por outro lado, aqueles que tiveram a coragem de admitir sua falta de planejamento e refletir sobre novas estratégias, tomando atitudes mais sadias e adultas,conseguiram superar os momentos de crise e hoje são reconhecidos como vencedores.
Que tal, meu filho, ponderar um pouco sobre esse assunto e, na medida de suas necessidades, planejar melhor sua vida e encontrar uma maneira de realizar seus projetos?
Do Livro: Pai João de Robson Pinheiro.
Pelo espírito: Pai João de Aruanda.