quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

"MENSAGEM AOS MÉDIUNS"

“Médiuns! A vossa tarefa deve ser encarada como um santo sacerdócio; a vossa responsabilidade é grande, pela fração de certeza que vos foi outorgada, e muito se pedirá aos que muito receberam. Faz-se, portanto, necessário que busqueis cumprir, com severidade e nobreza, as vossas obrigações, mantendo a vossa consciência serena, se não quiserdes tombar na luta, o que seria crestar com as vossas próprias mãos as flores da esperança numa felicidade superior, que ainda não conseguimos alcançar!
Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo: são espíritos que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.
São espíritos arrependidos, que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.
Todos os médiuns, para realizarem dignamente a tarefa a que foram chamados a desempenhar no planeta, necessitam identificar-se com o ideal de Jesus, buscando para alicerce de suas vidas o ensinamento evangélico, em sua divina pureza; a eficácia de sua ação depende do seu desprendimento e da sua caridade, necessitando compreender, em toda a sua amplitude, a verdade contida na afirmação do Mestre – “Dai de graça o que de graça receberdes”. (“Emmanuel”, cap. XI).

Nota: “O primeiro inimigo do médium reside dentro dele mesmo. Frequentemente é o personalismo, a ambição, a ignorância ou a rebeldia no voluntário desconhecimento dos deveres à luz do Evangelho, fatores de inferioridade moral que, não raro, o conduzem à invigilância, à leviandade e à confusão dos campos improdutivos”. (“O Consolador”, perg. 410, pág. 211).

Tipos de Médiuns

Médiuns de Efeitos Físicos – são aqueles que, consciente ou inconscientemente, contribuem para a produção de fenômenos materiais visíveis ou audíveis, tais como deslocação e movimento de corpos materiais, ruídos, transportes, materialização, voz direta, etc. São chamados Facultativos quando conhecem a aptidão que possuem e Involuntários quando participam sem o concurso da própria vontade da produção dos fenômenos. Esta última aptidão tanto se verifica nos adultos como também nas crianças.
Médiuns Audientes - são os que ouvem a voz dos espíritos. Tais vozes algumas vezes são interiores, outras vezes fazem-se ouvir claramente do exterior. Podem conversar com os espíritos e até reconhecê-los pelo timbre de voz.
Faculdade agradável quando o médium somente ouve espíritos bons, mas importuna quando a voz é de espíritos atrasados que lhe falam coisas desagradáveis e às vezes até mesmo inconvenientes.
Médiuns Falantes – são os médiuns de incorporação, nos quais os espíritos atuam diretamente sobre os órgãos vocais. Se a incorporação for total, o médium não tem consciência do que diz e pode revelar conhecimentos e idéias que habitualmente não possui.
A incorporação pode variar de intensidade em relação ao envolvimento do médium, chegando ao mínimo quando então temos a inspiração, na qual o médium transmite pela palavra os pensamentos que lhe chegam telepaticamente.
Médiuns Videntes – tais médiuns são dotados da faculdade de ver espíritos, o que tanto pode dar-se no estado de vigília, como no estado sonambúlico. Todas as pessoas dotadas de dupla vista são médiuns videntes. Geralmente estes médiuns vêem com os olhos fechados, o que demonstra que a visão não se faz pelos órgãos materiais, mas sim pelo Perispírito. Esta faculdade é muito comum entre pessoas cegas.
A faculdade de ver espíritos é mais ou menos permanente e isto caracteriza a vidência como faculdade mediúnica. Há videntes que vêem determinados espíritos, podendo descrevê-los, enquanto que outros podem ver todos os espíritos circunstantes.
Médiuns Sonambúlicos – o sonâmbulo pode manifestar dois tipos de fenômenos. O mais comum é aquele segundo o qual ele age sob a influência do próprio espírito que sendo mais livre melhor se manifesta. Neste estado descreve o que vê e pode até mesmo ver outros espíritos e com eles conversar. Por outro lado o espírito que se comunica com um médium comum pode fazê-lo por intermédio de um sonâmbulo, já que o estado de emancipação da alma facilita a comunicação. A lucidez sonambúlica independe da elevação do indivíduo. A lei do semelhante entretanto faz com que, pela presença de espíritos bons ou atrasados, sejam reveladas as suas qualidades morais.
Médiuns Curadores – a capacidade que algumas pessoas tem de curar sem o concurso de medicamentos, pelo simples olhar, por um toque ou por um gesto, dá-lhes o título acima de médiuns curadores. Tais médiuns emitem fluidos curadores, que reparam os tecidos e órgãos do corpo humano ou podem eliminar influências espirituais causadoras de perturbações orgânicas.
Médiuns Pneumatógrafos – tais médiuns possibilitam a escrita direta. Faculdade muito rara, que se desenvolve pelo exercício, cuja finalidade precípua é demonstrar a influêcia oculta das manifestações.
Médiuns Psicógrafos – são os médiuns através dos quais e pelo cômodo processo da escrita manual, os espíritos se comunicam estabelecendo por vezes relações regulares e continuadas. É uma faculdade fácil de desenvolver-se pelo exercício. Os médiuns psicógrafos podem ser:
Mecânicos – neste caso temos a mediunidade caracterizada pela inconsciência do médium. Este sem a interferência de sua vontade ou do seu intelecto, age como um autômato sob o comando da entidade comunicante, que atua sobre o seu braço da mesma maneira que sobre uma prancheta, uma mesa ou um cesto;
Inspirados neste caso o espírito atuante não impulsiona a mão que escreve, mas transmite ao médium aquilo que deseja que o mesmo escreva. O médium tem consciência do que escreve, embora não exprima o seu próprio pensamento, o qual não é pré concebido, mas nasce à medida que a escrita vai sendo traçada, e às vezes está fora dos conhecimentos normais do médium;
Semi-mecânico – o médium situa-se num meio termo entre os dois anteriores. Embora sinta impulsos estranhos a lhe influenciar a mão, tem consciência do que escreve.
Os médiuns mecânicos tomam conhecimento do que escrevem, depois do ato consumado; os médiuns inspirados tem conhecimento prévio, enquanto que nos semi-mecânicos o conhecimento desenvolve-se paralelamente com o ato de escrever.